Guardar moedas é uma tarefa árdua. Elas escapam de carteiras e bolsas com a mesma facilidade que somem dos caixas nos estabelecimentos comerciais. Mas há cinco anos, o empresário Victor Levy teve uma ideia para evitar a famosa balinha de troco. Após fechar uma empresa nos Estados Unidos, Levy passou três anos viajando por 60 países e ao retornar ao Brasil teve dificuldades em comprar em um estabelecimento, porque eles não tinham troco em moeda. A solução foi desenvolver uma espécie de depósito para elas. O usuário as coloca na máquina que conta em tempo real.
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Além de um cupom no valor depositado para usar no estabelecimento conveniado, a pessoa ganha um bônus – em São Paulo é de 5% e no Paraná, 3% – do valor total das moedas. O consumidor também pode optar por doar o valor a uma instituição beneficente. O estabelecimento que tem a máquina paga uma mensalidade à CataMoeda e pode retirar as moedas que ficam separadas por valor nas gavetas da máquina. Conforme Levy, o serviço é inédito no Brasil. Nos EUA, há um sistema similar, a Coinstar, mas o consumidor não recebe bônus e, em muitos casos, precisa pagar uma taxa para usar a máquina.
– As empresas gastam muito com transporte de moedas. Assim, com o equipamento, elas têm moedas dentro do local, além de aumentar fluxo de clientes e atrair novos – explica Natália Izidoro, responsável pelo Desenvolvimento de Experiência do Usuário da CataMoeda.
O equipamento criado pela CataMoeda, começou a ser desenvolvido em 2011 e o primeiro protótipo funcional ficou pronto no início de 2012. O empurrãozinho que faltava veio no início deste ano, com o aporte de R$ 1,8 milhão do Fundo SC.
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Em maio deste ano, o sistema, que já recebeu quatro patentes nacionais, foi implantado como projeto-piloto em supermercados de Curitiba. Atualmente, há quatro máquinas em funcionamento – duas em Curitiba, uma em Maringá e outra em São Paulo. Juntas, elas arrecadaram mais de 291 mil moedas e a média de depósito no cofre é de 9,32.
Diretor da CataMoeda, Levy conta que a empresa está em negociação com um grande grupo de SC e a previsão é de ter máquinas operando no Estado no início de 2014. Outra meta é produzir uma máquina em versão menor, voltada a estabelecimentos de pequeno porte como padarias e farmácias.
::: Fora de circulação
27% das moedas estão fora de circulação no Brasil
Isso representa R$ 508,3 milhões
Para repor a quantia de 5,134 bilhões de moedas seria necessária gastar R$ 1,1 bilhão
Fonte: Dados do Banco Central de 2012