Uma ação que quer desenvolver vacinas para combater a gripe aviária em países mais pobres ou em desenvolvimento foi anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira (29). A iniciativa seria feita com a tecnologia de RNA mensageiro e o projeto é conduzido por uma farmacêutica argentina, conforme informações do O Globo.

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A empresa que lidera o projeto e passou a produzir vacinas candidatas contra o vírus da gripe aviária H5N1 é a biofarmacêutica Sinergium Biotech, da Argentina, disse a OMS em nota.

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O vírus H5N1 teve o primeiro registro em 1996, mas a quantidade de surtos em aves aumentou significativamente desde 2020. O número de mamíferos infectados também expandiu, com ênfase nas morsas ou vacas leiteiras, como nos Estados Unidos.

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O vírus pode se tornar “alarmante” devido à evolução da gripe aviária na zona Ásia-Pacífico, o aumento das contaminações em humanos e a nova variante, de acordo com uma consideração feita na semana passada pela Agência das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A empresa argentina necessita, na fase que antecede os ensaios clínicos, comprovar que o conceito das vacinas candidatas funciona, segundo a OMS.

A tecnologia, o material e a experiência serão compartilhados com uma rede de produtores em outros países com a finalidade de agilizar o desenvolvimento de vacinas e se preparar melhor para uma eventual pandemia, mas isso só irá acontecer quando os dados pré-clínicos estiverem disponíveis.

Amparo na produção de vacinas

A ação pertence ao âmbito do Programa de Transferência de Tecnologia de RNA Mensageiro, lançado pela OMS e pelo Medicines Patent Pool (MPP), organização que recebe o apoio da ONU e quer facilitar a criação de medicamentos essenciais e melhorar o acesso a eles.

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Lançado em meio à crise da Covid-19 em 2021, o Programa de Transferência tem a participação de 15 países. O objetivo é oferecer aos países de baixa renda ou em desenvolvimento mais amparo na produção de vacinas de mRNA.

A tecnologia funciona da seguinte forma:

  • Instruções genéticas são injetadas no organismo;
  • Células reproduzem as proteínas que estão presentes no vírus;
  • Sistema humano reconhece e neutraliza o invasor.

— Esta nova iniciativa H5N1 ilustra a razão pela qual a OMS criou o Programa de Transferência de Tecnologia de mRNA. O objetivo é favorecer a pesquisa, o desenvolvimento e a produção em países de baixa e média renda, para que, quando a próxima pandemia chegar, o mundo esteja melhor preparado para uma resposta mais eficaz e equitativa — afirma o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no comunicado.

Em nota, a OMS também apelou que a vigilância e a notificação dos casos registrados em animais e humanos fossem reforçados.

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*Sob supervisão de Andréa da Luz

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