A empresa pivô da Operação Mensageiro venceu uma concorrência para atuar em parte do serviço de coleta de lixo em Lages, na Serra catarinense. O município já tinha contrato com a companhia e o vínculo é um dos alvos da investigação que apura o suposto pagamento de propina a agentes públicos em troca de vantagens nos acordos com as prefeituras. O prefeito afastado de Lages, Antônio Ceron (PSD), está em prisão domiciliar e é acusado pela investigação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) de ter recebido pagamentos ilegais de pessoas ligadas à empresa.
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Com o contrato prestes a vencer, o município de Lages lançou uma dispensa de licitação para contratar serviços emergenciais de coleta e transporte de lixo.
Desta vez, os serviços foram divididos em três lotes, cada um com uma atividade. Um dos três lotes foi vencido pela Versa Engenharia, novo nome da empresa Serrana Engenharia, que está no centro da investigação do escândalo do lixo em SC.
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A Versa será responsável pela coleta mecanizada do lixo que é depositado em contentores, espécie de contêineres instalados nas ruas e que serão disponibilizados pela empresa. O contrato tem valor de R$ 120 mil e é válido por 180 dias.
O lote é o menor dos três que foram colocados em disputa. O maior deles, de coleta, transporte e destinação de lixo ao aterro sanitário, foi vencido pela empresa C.T.A. Empreendimentos. O valor estimado deste serviço é de R$ 3,9 milhões. Já o segundo lote, voltado à coleta, transporte e destinação de lixo de unidades de saúde, foi vencido pela empresa Cetrilife Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde. O valor indicado é de R$ 177 mil.
Procurada pela reportagem, a assessoria da prefeitura de Lages afirmou que a empresa está em perfeitas condições para participar de qualquer licitação, conforme aponta uma nota do próprio MPSC. Além disso, alega que a companhia venceu o menor dos três lotes em disputa, e que os preços são “bem abaixo do que recebiam anteriormente”.
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O que diz a Serrana
“A Serrana Engenharia informa que, conforme consta nos autos da Operação Mensageiro, mantém todos os seus contratos de prestação de serviços ativos, sem nenhum impedimento legal para que a empresa venha a participar de processos licitatórios ou renovar contratos, conforme consta nos autos do Tribunal de Justiça de Santa Catarina que diz:
“Sob a responsabilidade desta Procuradoria-Geral de Justiça, atualmente não há qualquer decisão que impeça a continuidade dos contratos públicos formalizados pelas empresas do grupo Serrana; também não há qualquer decisão que impeça que as empresas do Grupo Serrana mantenham seus contratos vigentes com o poder público, participarem de licitações, sejam de contratados emergencialmente, renovem seus contratos administrativos e concessões”.“
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