Uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama ), de 1996, obriga as empresas a colocar um aviso em todos os produtos com amianto: “Contém amianto: ao cortar ou furar, não respire a poeira gerada, pois pode prejudicar gravemente a saúde”.
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Ciente dos riscos, a indústria atualizou o processo de segurança dos trabalhadores dentro da linha de produção, mas da porta da fábrica para fora, esse controle é inexistente. Segundo o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) sobre vítimas de mesotelioma, dos 47 óbitos desde 1989, apenas uma tem registro de emprego na indústria do setor.
Rui Inocêncio, relações institucionais da Imbralit, nega que algum funcionário da empresa tenha falecido vítima do câncer.
– Temos 430 empregados diretos e 900 indiretos. Não há nenhum caso confirmado de ex-trabalhador da Imbralit que tenha falecido por mesotelioma. Após o desligamento da empresa, o trabalhador pode fazer exames de saúde gratuitos nos 30 anos seguintes – diz Inocêncio.
A Imbralit é uma das empresas que já deixou de fabricar caixas d?água com asbesto. Sobre a viabilidade de substituir o material utilizado em telhas, Rui afirma que a evolução tecnológica deve permitir isso em pouco tempo. Mas isso só ocorrerá se houver retorno financeiro par a companhia.
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– A diferença entre telhas de amianto e outros materiais, como os sintéticos, não é tão grande porque existe a concorrência do fibrocimento. Em no máximo três anos, estaremos aptos a produzir 100% da nossa produção com tecnologia sem amianto. Na prática, se o mercado quisesse, amanhã nós não produziríamos mais telhas com esse mineral – afirma Inocêncio.
A empresa, com sede em Criciúma, exporta principalmente para África e América Latina.