O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) recuou 8,6% em março ante a fevereiro, para 64,9 pontos. O resultado segue a queda de 4,3% registrada em fevereiro. Em nota, a Fundação Getulio Vargas (FGV) destacou que o resultado de março “reforça o cenário de forte desaquecimento do mercado de trabalho nos próximos meses”.
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– A piora acentuada das expectativas do empresariado do setor de serviços em relação à situação atual e futura dos negócios no mês de março deve se refletir na deterioração rápida do emprego no setor, tanto nesse como nos próximos meses. Concomitantemente, o segmento industrial continua aprofundando sua crise, o que deve continuar se refletindo em demissões – afirma Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV/IBRE.
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Todos os componentes do IAEmp evoluíram negativamente em março. Mas o quesito que mede o grau de satisfação dos empresários do setor de serviços em relação à situação atual dos negócios foi o que exerceu a maior contribuição para a queda no mês, ao registrar variação negativa de 13% na margem. A percepção da tendência dos negócios para os próximos meses da Sondagem da Indústria veio a seguir, com variação também negativa de 11,1%.
O IAEmp é formado por uma combinação de séries extraídas das Sondagens da Indústria, de Serviços e do Consumidor, todas apuradas pela FGV. O objetivo é antecipar os rumos do mercado de trabalho no País.
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Desemprego avança 6,9%
O Indicador Coincidente de Desemprego (ICD) avançou 6,9% em marçono mesmo período, para 83,4 pontos. Em fevereiro, o ICD cresceu 1,2%.
– O ICD mostra um aumento do desemprego, motivado por demissões, o que é capturado pela piora da percepção das famílias em relação ao mercado de trabalho. Como as demissões estão se alastrando para o setor de serviços, que é intensivo em mão de obra, parece que as famílias passam a perceber mais facilmente essa piora – observou Moura.
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A instituição ressaltou ainda que famílias de todos os extratos de renda apresentaram uma piora acentuada em sua percepção do mercado de trabalho, com destaque para aquelas pertencentes à classe média (cuja renda familiar está entre R$ 2.100 e R$4.800).
O ICD é construído a partir dos dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, da pergunta da Sondagem do Consumidor que procura captar a percepção sobre a situação presente do mercado de trabalho.