Itapoá teve apenas três prefeitos eleitos desde que foi emancipada, em 1989. Todos tiveram dois mandatos até hoje. O único que vai para o terceiro mandato é Sérgio Ferreira de Aguiar (PMDB), que já esteve no comando do Município de 1993 a 1996 e de 2005 a 2008.
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Com uma diferença de apenas 127 votos para o segundo colocado, Sérgio deverá contar com uma situação confortável na Câmara (elegeu três vereadores e já tem possíveis apoios) e terá que lidar com os desafios da segunda cidade que mais cresceu em SC na última década. Saúde, educação, segurança, a criação da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, além de foco no turismo de veraneio, estão entre suas metas de governo.
AN – Ao que o senhor atribui a vitória apertada, por 127 votos, sobre Marlon Neuber (PR) e por 133 votos sobre Carlos Nóbrega (PSC)?
Aguiar – Ao fato de, pela primeira vez, Itapoá ter tido quatro candidatos, e ao nosso pessoal, às pessoas mais simples, que acreditaram no nosso projeto e foram fiéis à candidatura.
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AN – Como avalia a composição da Câmara? Vai buscar quais partidos para tentar ter o apoio da maioria?
Aguiar – Fizemos alguns contatos. Além dos nossos vereadores, temos uma boa relação com o PSDB, que deve nos apoiar. Um ou outro também manifestou desejo de trabalhar por Itapoá. Devemos ter maioria na Câmara.
AN – Já pensou no secretariado?
Aguiar – Não. Vamos pensar nisso a partir do mês que vem. Temos que sentar com o PMDB e o PPS e ver como fica. Teremos perfis técnicos e políticos, que são importantes para os contatos com deputados, por exemplo.
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AN – Qual a primeira ação prática que pretende implantar a partir de 1º de janeiro?
Aguiar – Tem que pensar que 1º de janeiro será alta temporada. A cidade salta de 15 mil para 200 mil habitantes nessa época. A primeira coisa é não deixar faltar água, manter a saúde, cuidar da coleta de lixo, pensar no Carnaval. Isso vai ser pensado já na transição. Mas a principal meta é melhorar a saúde. Temos que contratar médicos e agilizar exames e procedimentos mais complexos feitos em Joinville. Outra coisa importante é pensar no início das aulas. Precisamos construir salas de aula.
AN – Itapoá é a segunda cidade que mais cresceu no Estado na década. Como fazer com que isso não ocorra de forma desordenada?
Aguiar – Tem inúmeras indústrias se instalando na cidade, o porto deve duplicar sua capacidade. Emprego não será problema em Itapoá. A cidade tem um planejamento que ajuda a evitar ocupações irregulares. É preciso avançar na infraestrutura nos bairros e no saneamento (foi feita parceria público-privada para investir na área pelos próximos 30 anos).
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AN – O porto e os negócios em torno dele vão gerar uma receita significativa ao município. Como vai aplicar o dinheiro?
Aguiar – A receita da cidade saltou de R$ 19 milhões há quatro anos para uma previsão de R$ 55 milhões no ano que vem. O dinheiro será aplicado em melhorias em todas as áreas. Na segurança, já dialogamos com a PM, vamos ceder um terreno para que eles instalem uma estrutura maior na cidade.
AN – Locais como a Barra do Saí sofrem com alagamentos. Como solucioná-los?
Aguiar – No Saí, vamos buscar recursos para fazer a dragagem do canal, que está assoreado, tomado pelo mato. Com isso, mais o saneamento e manutenção da drenagem, problemas corriqueiros devem ser amenizados.
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AN – Os pescadores ainda hoje reclamam do porto. A Prefeitura pretende ajudá-los?
Aguiar – A questão com o porto é judicial. Mas há diálogo para investir em melhorias no Pontal, Saí e Itapema. Os moradores querem uma área de lazer e um barracão de pesca.
AN – O que fazer em relação ao turismo?
Aguiar – Fazer um bom Carnaval, um bom Réveillon. Criaremos uma programação de verão com vários atrativos.
AN – A cidade possui ferramentas adequadas para atrair empresas na área retroportuária, por exemplo?
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Aguiar – Não. Temos que atualizar a lei que criamos em nossa gestão em 1996. Quero criar a Secretaria de Indústria e Comércio para cuidar só disso, sondar novos negócios, conversar com quem quer investir em Itapoá e facilitar a instalação de empresas.