Emprego em SC cresce e vai na contramão do país

SC teve um desempenho melhor do que a média nacional na geração de emprego no primeiro quadrimestre do ano. No Estado, o crescimento foi de 8% em relação ao mesmo período do ano passado. No país, foi registrada queda de 20%.

O saldo de contratações no quadrimestre fechou em 702 mil vagas no país, segundo os dados do Ministério do Trabalho divulgados nesta quinta. Em SC, o saldo foi de 53,3 mil, resultado puxado pela indústria e pelo setor de serviços. As 24,4 mil vagas geradas na indústria do Estado representam ganho de 12,5% em relação ao mesmo período de 2011. No país, o setor registrou queda de 51%.

No segmento de serviços, que contempla áreas como turismo e restaurantes, o saldo de vagas foi 24,2% maior do que no primeiro quadrimestre de 2011. O economista da Fecomério-SC, Maurício Mulinari, explica que o desempenho tem relação com o aumento da renda dos trabalhadores. Ele conta, ainda, que no segmento é possível passar o aumento nos custos para os preços finais, gerando mais receita e favorecendo as contratações. Mulinari diz que os números só não são mais positivos porque falta mão de obra de qualidade. O último motivo apontado para o resultado é que os serviços não sofrem concorrência com importados.

No resultado apenas de abril e no saldo acumulado dos últimos 12 meses, no entanto, SC mostrou desaceleração, mas ainda com saldo positivo. A análise dos números catarinenses referentes apenas a abril mostra também que a construção civil quase igualou o comércio – saldo de 1,6 mil empregos diante de 1,7 mil. Mas no quadrimestre, o setor reduziu o ritmo das contratações.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon), Helio Bairros, explica que a crise na zona do euro gerou incertezas e adiou projetos. Para o restante do ano, haverá influência da mudança nos juros anunciada pelo governo federal. Num primeiro momento, as pessoas vão esperar para fechar negócios na expectativa de barateamento do crédito.

Helio acredita que se a esperada recuperação do segundo semestre se materializar, o ano termina com resultado perto dos níveis de 2011.