Fazer o que se gosta no trabalho parece estar longe, parece uma utopia ainda para muitas pessoas. Tenho observado algumas características pertinentes no que se refere ao trabalho de um amigo artista em relação a outro não artista.

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A começar pela pirâmide descrita por Maslow, na qual ele posiciona por ordem do maior para o menor o interesse das pessoas para com seu trabalho, e lá está posto que as pessoas trabalham primeiro porque buscam a sustentabilidade básica e no topo da pirâmide está a satisfação de se trabalhar no que se gosta. Mas para o artista não. Ele escolhe primeiro fazer o que gosta para depois ver meios de como ganhar dinheiro.

Só como exemplo, tomo o artista de uma orquestra. Ele estuda antes de ir para o seu trabalho, ninguém o manda estudar tantas horas diárias. Ele estuda porque é prazeroso chegar ao ensaio, seu trabalho, e tocar bem.

Quem tem alma de artista trabalha sábado se precisar, domingo, feriado, aliás, para ele não tem segunda-feira, porque ama o que faz. O tempo para quem tem alma de artista corre como tempo aion (é como a criança sente o tempo passar) e o tempo kairós (aquele tempo de expectativas, esperanças, de mudanças), e não como tempo khronos (em que o empregado conta aqueles cinco minutos malditos que nunca chegam para bater o ponto).

Os empregadores buscam pessoas com alma de artista. Não digo que buscam trabalhadores, pois quem faz o que gosta nunca vai precisar trabalhar. Os gestores de pessoas sabem que ao contratar trabalhadores-artistas terão sempre gente motivada, o mínimo de absenteísmo, poucos atestados médicos e resultados novos e constantes. A essência de se ter alma de artista resume um dos segredos do sucesso pessoal e/ou profissional.

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