
A dúvida assola desde jovens recém saídos da faculdade e em início de carreira, até pessoas mais experientes que resolvem mudar de vida, mas não há uma receita de bolo. No quadro “Quero Saber: Meu dinheiro”, exibido no Jornal do Almoço da NSC TV de terça-feira da semana passada, foi levantada a discussão por um telespectador: é melhor empreender ou fazer concurso público e trabalhar com carteira assinada?
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Que pais nunca passaram pelo momento “meu filho, por que você está entrando neste mundo da tecnologia, por que não vai fazer um concurso?”, certo? O questionamento abordado no programa e constantemente presente no imaginário da população brasileira veio de um pai que tentava descobrir como convencer seu filho, que tem o sonho de abrir uma empresa de tecnologia, a mudar de ideia e prestar concurso público.
Tech SC: fique por dentro do universo da tecnologia em Santa Catarina
Já adianto aqui que não existe uma resposta correta para a pergunta colocada, o importante é a pessoa ser feliz no caminho que escolher seguir. Existem, sim, alguns contextos a que o Brasil está exposto e que podem ser considerados, bem como possíveis linhas que podem ser seguidas conforme a vontade de cada pessoa.
Suspensão de concursos públicos
Em contraponto ao crescimento constante do setor de tecnologia, no início deste mês de junho foi anunciada pelo Ministério da Economia, como medida de contenção de gastos, a suspensão de processos seletivos para concursos públicos, por tempo indefinido. Na última semana, eu estive com o Salim Mattar, secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, e com Gustavo Montezano, escolhido pelo ministro Paulo Guedes como novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), que vieram a Florianópolis para uma palestra, e ambos comentaram que este governo não irá realizar concursos públicos.
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A medida visa reduzir a máquina pública nos próximos cinco anos por meio da aposentadoria de aproximadamente 40% dos servidores hoje ativos, evitando demissões, mas também não realizando novas contratações. Em abril, foi enviado ao Congresso Nacional o projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2020, sem a previsão de realização de concursos públicos. O Governo anunciou também que deverá investir na digitalização de processos e na redução da burocracia, visando tornar os serviços mais eficientes. Isso nos remete à ideia da expansão da tecnologia para dentro do setor público, mostrando seu alcance e potencial de mudanças.
Fomento ao empreendedorismo
É natural que os pais de pessoas com mentes criativas, disruptivas e inovadoras tenham receios quanto a esses filhos se aventurarem pelo universo do empreendedorismo, como foi o caso do telespectador citado no início do texto. Afinal, há alguns anos, esse mundo era totalmente incerto e arriscado, sem qualquer tipo de amparo. Hoje, pelo contrário, entidades como a Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e o Sebrae/SC promovem uma série de iniciativas voltadas a pessoas que estão iniciando suas trajetórias pelo empreendedorismo.
Alguns exemplos de iniciativas são os programas estratégicos da Acate — a incubadora de empresas de base tecnológica MIDITEC; o laboratório de inovação aberta LinkLab, ambos com inscrições abertas para processos seletivos de startups; e as Verticais de Negócios, que reúnem empresas de mesmo segmento de atuação para pensar em inovação e melhorias para o setor; além do Startup SC, iniciativa idealizada pelo Sebrae/SC, com o objetivo de fomentar empreendedorismo e inovação em Santa Catarina por meio de eventos, como o Startup Summit, missões internacionais com empreendedores catarinenses e rodadas de programa de capacitação.
Hoje o empreendedor está muito mais sustentado em Santa Catarina e em todo o Brasil, de modo que à pergunta do título, eu respondo: se esse for o seu sonho, não tenha medo de empreender. O setor de tecnologia é um dos que mais cresce, como vemos pelo exemplo de Santa Catarina, então informe-se, conheça pessoas e siga o seu sonho.
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*Daniel Leipnitz é presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate)