Seja na busca pela flexibilidade no horário, tempo para família, necessidade de complementar a renda: motivos não faltam para as mulheres serem donas dos seus negócios. E elas estão cada vez mais tomando esta iniciativa. Segundo dados divulgados pelo Sebrae no início de 2019, o Brasil já conta com 9,3 milhões de empreendedoras.

Continua depois da publicidade

A maioria delas trazem um perfil bem específico: mais de 30 anos e com filhos, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (Irme), divulgada em agosto deste ano. Outro dado interessante é a questão da escolaridade. Enquanto 69% das donas de empresas possuem graduação e pós-graduação, apenas 44% dos homens contam com esses atributos.

– Isso mostra o quanto a mulher sente que precisa estar preparada para comandar um negócio, principalmente devido a questão cultural. Apesar desta realidade estar mudando, são elas ainda as responsáveis por cuidar da família e da casa, o que acaba tomando grande parte do seu tempo e deixando, muitas vezes, a carreira em segundo plano – afirma Rozana Reizer, analista do Sebrae no Vale do Itajaí.

Mas não para essas mulheres que você vai conferir abaixo. No Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, celebrado em 19 de novembro, nós buscamos histórias de empreendedoras de SC que transformaram carreiras, mudaram de área e decidiram estar à frente de suas próprias empresas. Saiba quem são elas e se inspire:

Daniela Marthental

Atuou como instrutora de autoescola, mas foi no mundo da moda que fez a sua carreira.

Continua depois da publicidade

– Comecei a trabalhar em uma loja de roupas e percebi que lá não havia peças que serviam para mim. Sempre fui muito bem resolvida com meu corpo, mas lembro que na época isso me chateava muito – comenta.

Do incômodo, veio a ideia de negócio: Daniela conseguiu comprar o empreendimento do próprio patrão e transformou em uma loja especializada em tamanhos maiores. Hoje, além de comandar a sua empresa, ela está à frente de um centro comercial em Blumenau (SC), sendo a primeira mulher a assumir a presidência do local.

­
(Foto: Divulgação)

Maitê Lang

Hoje em dia, mulheres já são maioria entre os novos empreendedores no Brasil. Mas há 15 anos, quando a Nugali foi fundada, não era esse o cenário.

Maitê Lang, engenheira de produção com atuação em grandes empresas como Audi e Embraer, deixou uma carreira promissora em 2004 para fundar a primeira fábrica de chocolates bean-to-bar do país. Naquela época, era raro encontrar mulheres à frente do negócio.

Continua depois da publicidade

– Quase todos os fornecedores, compradores, clientes eram empresas chefiadas por homens. Muitos se surpreendiam com uma indústria fundada por uma mulher – relembra Maitê. A indústria, que este ano construiu um novo parque fabril, aposta na inovação e na qualidade dos seus chocolates.

­
(Foto: Divulgação)

Patrícia Gonçalves

Patrícia não apreciava café e, hoje, faz da bebida o seu negócio. Ela atuava no setor de segurança do trabalho, com o pai, quando decidiu que queria empreender. Foi aí que conheceu o universo dos cafés especiais.

Se apaixonou pelos aromas e sabores, estudou e mergulhou de cabeça na bebida não alcoólica preferida dos brasileiros. Ao lado do sócio, trouxe para Blumenau (SC) a primeira microtorrefação da região e também uma cafeteria voltada para os grãos especiais e métodos diferentes de preparo.

– Se alguém me contasse que eu viveria de café, eu jamais acreditaria. Costumo dizer que empreender não é fácil, é um desafio diário, mas vale a pena quando se faz o que gosta e acredita. Não tem garantias, nem horário fixo, muitas vezes a jornada extrapola o recomendado e, ainda assim, não trocaria isso pelo escritório – ressalta.

Continua depois da publicidade

­
(Foto: Divulgação)

Simone Passarin

Ela iniciou sua carreira na indústria têxtil aos 19 anos, trabalhando como assistente de amostra. Passou por diversos setores: foi da costura a desenhista de estampas, até que decidiu fazer a graduação e se especializar em moda.

Trabalhou sete anos na indústria, até que teve vontade de empreender e abrir sua própria marca. Começou transformando o quarto de hóspedes em atelier, para atender encomenda de conhecidos:

– Lancei uma marca de camisaria, não deu certo, depois uma de t-shirts que também não vingou, até que me dei conta que o que eu mais amava era criar projetos exclusivos e fazer parte da história das pessoas. Foi onde foquei na alta costura.

Em 2015, já em seu espaço de atelier, Simone começou a dar aulas de modelagem e costura pra novos designers, promovendo um ambiente de troca de ideias, aprendizado e colaboração. Esse local evoluiu para uma espécie de incubadora de novos negócios.

Continua depois da publicidade

Hoje, além do Atelier Passarin, sua marca de alta costura, ela está à frente do FashionLab, o primeiro coworking de moda do estado, que serve de casa para mais de 10 marcas, que vai de moda, a publicidade, marketing e arquitetura.

Lá, ela apoia outras mulheres a empreenderem. “Acredito na força feminina e na capacidade que temos de transformar sonhos em realidade e impactar positivamente o nosso entorno” afirma.

­
(Foto: Divulgação)

Nana Oliveira

Quem vê Nana Oliveira à frente de uma churrasqueira não imagina que atuou por muito anos no setor têxtil. Mas foi na gastronomia que se encontrou. Quando decidiu mudar de carreira, já era casada e tinha duas filhas.

Hoje, ela comanda quatro negócios (três hamburguerias e uma casa especializada em pizza napolitana), cuida pessoalmente dos cardápios, cria preparos exclusivos, coordena toda a cozinha e ainda arruma tempo para viajar e curtir a família (a terceira filha acabou de completar seu primeiro ano).

Continua depois da publicidade

Quando perguntam como ela consegue, ela responde:

– Apenas faço. Sou apaixonada pelas possibilidades que a gastronomia me traz. A comida reúne as pessoas, é demonstração de amor, cuidado e afeto. Hoje, trabalho muito mais do que jamais pensei, mas sou feliz e realizada por fazer exatamente o que eu sempre quis.

­
(Foto: Divulgação)