O 11º Fórum das Personalidades de Vendas da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing de Santa Catarina (ADVB/SC), realizado quinta-feira à tarde no auditório da Komeco, em Palhoça, reuniu nove dos líderes de maior destaque do Estado.
Continua depois da publicidade
Confira, à seguir, o que os empresários Beto Barreiros, do Box 32; Luciano Hang, da Havan; Ninfo Valtero König, da Atrio Hotéis; Décio da Silva, da WEG; e o premiado deste ano como Personalidade de Vendas, Denisson Moura de Freitas, do Komgroup, pensam sobre três temas fundamentais de 2013: inflação, PIB baixo e investimentos.
Roberto Henrique Barreiros Silva, do Box 32 (Personalidade de Vendas em 2002):
Inflação: “Eu estou vivenciando uma inflação muito maior do que a que é oficialmente divulgada. Está preocupante”.
Continua depois da publicidade
PIB: “Se o Brasil não assumir a responsabilidade de diminuir os seus custos e ser competitivo, só vai piorar este percentual”.
Investimentos: “Vontade e dinheiro para investir há de sobra, mas há muita insegurança, principalmente jurídica para os investidores. As condições do México, hoje, por exemplo, estão muito mais atrativas”.
Luciano Hang, da Havan (Personalidade de Vendas em 2011)
Inflação: “A inflação é perigosa. E é um reflexo do que ocorre na política internacional, que faz com que os investidores não queiram investir aqui no Brasil”.
Continua depois da publicidade
PIB: “Acho que é uma consequência de um momento no exterior complexo onde há uma queda de crescimento. Por isso se compra pouco produto brasileiro. Isso interfere no crescimento. O mercado internacional está consumindo pouco produto brasileiro e o mercado nacional está sofrendo por falta de infraestrutura”.
Investimentos: “O Brasil precisa investir em infraestrutura. Verificamos esta necessidade na nossa falta de estradas, que prejudicam o escoamento das nossa produções. Este é o nosso maior gargalo”.
Ninfo Valtero König, da Atrio Hotéis (Personalidade de Vendas em 1995)
Inflação: “É um risco sério que todo o país corre. O governo precisa controlar e o povo precisa ter noção do que é o mal da inflação na gestão dos negócios. Nós temos, como povo, que ter preocupação quanto a isto. Temos que pressionar o governo a manter o controle da inflação. Ela é um mau que eu vivi durante a minha existência toda e que nos causou prejuízos brutais. Ela está, agora, razoavelmente estabilizada. E, por isso, nós podemos medir essa condição”.
Continua depois da publicidade
PIB: “É a mesma situação. Ele é resultado de um país que está indeciso, sem administração, sem gestão. Lamentavelmente nestes dois últimos governos não tivemos ninguémà frente dos negócios que tivesse alguma noção de como é que se administra o país. Satisfazer o povo com suas bolsas, administradas com o populismo… não consegue-se construir nada sem a contrapartida. E a contrapartida é, sem dúvida, trabalho e dedicação do povo para reverter essa situação”.
Investimentos: “Nós, empresários, os fazemos sempre com perspectiva de resultados. Não se investe em algo que vai devagar. Lamentavelmente, incentivamos o consumo, reduzimos os impostos para conseguir vender mais carros, mas não temos a mínima infraestrutura. Se não conseguirmos conscientizar o governo sobre isso, e vale também para SC, o caos será realmente grande”.
Décio da Silva, da WEG (Personalidade de Vendas em 1993):
Inflação: “O cenário econômico mundial tem passado por momentos difíceis que tem impactado nosso país e a coisa começou a se desarranjar. A inflação é crescente, e boa parte disso é fruto do crescimento das despesas em comparativo com as receitas do próprio governo. A inflação está numa trajetória crescente, mas não alarmante”.
Continua depois da publicidade
PIB: “O crescimento do PIB, quando se olha como um todo, já preocupa porque é um crescimento muito pequeno. Mas se fizermos uma abertura desse PIB veremos que há uma área da indústria com PIB negativo. O que é mais crítico ainda. Quem tem suportado um pouco esse crescimento pequeno é principalmente as áreas de serviços e do consumo”.
Investimentos: “O grande ponto do país agora é aumentar sua taxa de investimentos na área de infraestrutura. Estão aí as nossas estradas, o ponto mais crítico que nós temos; os portos, que agora a nova lei traz um grande alento aos empresários que trabalham com exportação e importação. P Brasil precisa focar fortemente no aumento da taxa de investimentos. O modelo de fomentar o consumo deu certo por muito tempo, mas agora está se esgotando”.
Denisson Moura de Freitas, do Komgroup (Personalidade de Vendas em 2013)
Inflação: “Ela é um desafio, mas não pode ser considerada o maior deles. É uma consequência. Quando você só lida com a consequência, você não resolve nada. Porque geralmente o que causa ela são problemas muito maiores. A inflação não é algo que devemos atacar. Temos que atacar a base dela. E a base dela é a falta de uma política clara, transparente, uma infraestrutura de gastos públicos menores. O gasto público tem que crescer menos do que a inflação, para que haja crescimento e infraestrutura. Para que os empresários e o mercado acreditem que haverá crescimento de investimento público e privado. Acho que este é o problema da inflação. Temos que ter cuidado para dar foco ao que faz a inflação, que é o excesso de gastos públicos”.
Continua depois da publicidade
PIB: “O PIB precisa ser melhor trabalhado porque, no global, temos o PIB quase zero, mas há segmentos que crescem e caem. Esses movimentos muitas vezes escondem a realidade do mercado. O PIB braisleiro também é fruto do investimento em equipamentos industriais e para isso até acho que o governo está fazendo um bom trabalho. Existem linhas de financiamento que podem ser utilizadas pelas fábricas para reduzir o custo fabril e fazer com que o consumidor consuma mais”.
Investimentos: “O investimento deve ter característica de ser correto e preciso. Estamos investindo e acreditamos que investimento é fundamental ao crescimento. E o mercado está respondendo positivamente, valorizando, então estamos crescendo. O empresário precisa acreditar que investir certo é fundamental para poder crescer. Assim como o governo precisa se concentrar na sua etapa. Estou gostando das privatizações de aeroportos, porque além de investimentos, vai ter gestão privada. Isso tudo cria um resultado melhor. Governo precisa investir em segurança, saúde, educação. Estes são investimentos fundamentais ao governo. O resto o governo pode entregar à iniciativa privada, mas com regras claras, transparentes, para que a iniciativa privada possa investir. Hoje sobra dinheiro e falta investimento.