A Oktoberfest tinha uma casa nova há dois anos, mas o recém-construído Parque Vila Germânica ainda carecia de mais vida nos demais meses do ano. O ex-secretário de Turismo de Blumenau, Norberto Mette, lembra que turistas vinham de ônibus para conhecer o lugar em que acontece a festa alemã, mas que ao chegar ao local tinham pouca variedade de produtos nas lojinhas e não tinham sequer um lugar para tomar uma água ou um chope. Com isso, o tempo de permanência no local não passava de 15 minutos. Assim nasceu a ideia de criar o Empório Vila Germânica, um condomínio com restaurantes e lojas de presentes e souvenirs que atraísse turistas e também moradores de Blumenau para passar mais tempo no lugar que é o coração da Oktoberfest, durante todo o ano.
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A prefeitura elaborou um projeto inspirada em cidades alemãs e no centrinho de Campos do Jordão. Foi aberta uma licitação para quem quisesse construir o espaço para as lojas e explorar comercialmente o lugar por 20 anos – depois, o espaço volta para a prefeitura. Essas etapas foram cumpridas e o Empório Vila Germânica começou a funcionar em 25 de setembro de 2008.
Dez anos depois, o espaço alcançou a meta de se tornar uma atração o ano inteiro, tanto para turistas que visitam a cidade da Oktoberfest quanto para os blumenauenses. Como almejado na época da criação, o tempo de permanência dos visitantes no complexo da Vila Germânica aumentou: de 20 minutos para uma hora e meia, segundo estudo do parque.
Não há contagem de turistas que visitam o local de carro ou transporte alternativo, mas os ônibus são contabilizados desde 2013 e, somente no ano passado, 1.067 deles levaram visitantes às lojas. Mas não foi somente na valorização da região do Parque Vila Germânica e no aumento de movimentação de visitantes que o empório trouxe avanços. Hoje há 22 lojas que compõem o Empório e todas ficam abertas nos 365 dias do ano.
– Esse conceito criou outros hábitos, estimulou uma cabeça mais aberta do comércio da cidade para permanecer aberto em períodos como o final do ano, além da valorização patrimonial e arquitetônica da Vila durante o ano todo – avalia Mette.
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O fundador do Empório, Valmir Zanetti, também acredita que a iniciativa mudou o modelo de empresários do ramo de turismo e gastronomia. Ele conta que acreditou no projeto porque via potencial de gerar movimento para a comunidade o ano todo no local. O começo foi difícil, mas segundo ele, a partir de 2010.
– O começo sempre é difícil, tivemos a catástrofe de novembro de 2008 logo nos primeiros meses, mas especialmente depois de 2010 o negócio aconteceu. Acredito que isso ocorreu graças a um olhar mais voltado à diversificação de produtos, aposta na gastronomia e no público local – conta.
Direção quer aumentar contato com vivência da festa
Cerca de 100 pessoas trabalham nas lojas em Empório Vila Germânica durante todo o ano. Nos dias de Oktoberfest, esse número dobra. Somente na loja de César Corrêa são seis pessoas durante o ano – e quase 40 em outubro. Ele confirma que para os lojistas a criação do Empório ajudou nos negócios
– Antes não tinha estrutura nenhuma, café, banheiro, hoje tem tudo isso, restaurantes, música ao vivo todas as noites, tudo isso chama gente, atrai público. Aquela dependência da Oktoberfest diminuiu. Ainda precisamos da festa, mas a sazonalidade diminuiu – analisa ele, que tem loja no espaço da Oktober há 28 anos.
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Entre as novidades do Empório para celebrar os 10 anos está um projeto de paisagismo próximo à central de gás do espaço e dois painéis, um de fritz próximo ao elevador e um relacionado às enchentes. A atual diretora, Vanessa Zanetti, conta que os painéis são inclusive parte da estratégia para os próximos anos do Empório. Isso porque o condomínio de lojas e restaurantes pensa em apostar no turismo de experiência.
– A Vila está se tornando um ponto para todo mundo. Para o turista, para o blumenauense, para a família, para a pessoa solteira que só quer tomar um chopinho. Futuramente a gente quer trazer mais curiosidades. Falta explorar um pouco da Oktoberfest. As pessoas não conseguem visualizar em fevereiro como é a Oktoberfest aqui. A gente quer trazer esse tipo de vivência – conta Vanessa.