Gustavo Kuerten subiu ao palco para receber o Troféu Adhemar Ferreira da Silva pelo conjunto de sua carreira e por simbolizar os valores do bicampeão olímpico, mas acabou roubando a cena na entrega do Prêmio Brasil Olímpico, na noite de terça-feira no Rio de Janeiro. Assim que recebeu o prêmio das mãos do maratonista Vanderlei Cordeiro, Guga começou a se emocionar e a emocionar a plateia formada por atletas que irão defender o Brasil nas Olimpíadas do Rio em 2016.

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– Vendo o exemplo de vocês, eu posso dizer que hoje é o dia em 2015 que eu senti mais orgulho de ser brasileiro. O esporte tem essa capacidade de envolver a gente, de emocionar. Eu cresci assim – afirmou.

Interrompido de tempos em tempos por palmas, Guga relembrou o papel do esporte e afirmou que, em um momento tão carente de ídolos no Brasil, ele trabalharia para que as crianças se inspirassem nos esportistas.

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– O esporte precisa ser além do resultado. Ficamos muito marcados em ter que ganhar. Esporte serve para vida, é educação, é disciplina. O esporte é muito. Nós faremos de tudo para que vocês sejam o ídolo de nossos filhos, para que vocês sejam o exemplo.

Em meio às comemorações, o tricampeão de Roland Garros levou o discurso para um assunto mais sério. Olhando para a plateia, Guga pediu o fim da corrupção no país.

– Clamo aos nossos representantes, ao governo, a todos do poder público, que olhem para dentro desta sala, que vejam as pessoas que estão aqui e se espelhem. Por favor, sejam honestos, sejam brasileiros de verdade. Esqueçam o partido, a panelinha, lutem pelo Brasil. Nosso país merece.

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Após o discurso, um dos grandes ídolos do esporte brasileiro foi aplaudido de pé, mais uma vez.

Festas dos baianos na premiação

Durante a premiação, as láureas mais altas foram para a Bahia. A maratonista aquática Ana Marcela Cunha e o canoísta Isaquias Queiroz receberam os prêmios de melhores atletas do ano. Enquanto ela, nascida em Salvador, chegou à disputa pela terceira vez após duas batidas na trave, em 2010 e 2014, ele, natural de Ubaitaba, comemorou uma indicação inédita e com final para lá de recompensador.

Na temporada, Isaquias faturou três medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em julho, e duas no Campeonato Mundial de Milão (ITA). Ao lado de Erlon Souza, o atleta foi ouro na C2 1.000m. Sozinho, levou o bronze na C1 200m.

Já a nadadora faturou o bronze na prova olímpica dos 10km no Mundial de Kazan, além do ouro nos 25km, que não consta no programa do evento.

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Os vencedores foram definidos por uma comissão chefiada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), com votos de personalidades influentes no esporte, jornalistas e ex-atletas.