Os gritos de “minha menina se foi” e “por que fizeram isso com minha filhinha?” ecoaram na manhã desta segunda-feira pelo cemitério do Rio Bonito, na zona Norte de Joinville.
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O pai de Pâmela da Silva Gonçalves, sepultou a filha de 14 anos aos prantos, num enterro cercado de tensão, tristeza e revolta.
A menina foi assassinada com requintes de crueldade, possivelmente na noite de sábado. O corpo dela foi encontrado na madrugada de domingo perto da Estrada Timbé, no bairro Jardim Paraíso.
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Além de levar um tiro na cabeça, a adolescente teve uma das mãos cortadas, dentes arrancados e a sigla de uma facção criminosa gravada, possivelmente com ferro quente, nos braços e no abdomem.
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O corpo dela foi enterrado ao lado de outros dois jovens da zona Sul, mortos violentamente nos últimos meses. Mesmo tendo feito outros sepultamentos de vítimas da violência, o pastor Josias de Borba, da igreja Maravilhas de Jesus, se surpreendeu com a crueldade.
– A menina era meiga. Conheço e acompanho a família dela. Não dá para entender. Antigamente, as famílias conseguiam impedir essa relação dos adolescentes com pessoas do mal. Mas hoje em dia, eles se comunicam mesmo dentro de casa. É muito triste fazer um sepultamento assim – disse o pastor.
A crueldade e a participação de grupos criminosos lembra o caso do assassinato do adolescente Israel de Melo Júnior, de 16 anos, que foi morto e teve seu corpo decapitado diante de uma câmera de vídeo, em fevereiro deste ano, na zona Sul de Joinville. Sete pessoas foram presas e indiciadas por sequestro, cárcere privado, homicídio triplamente qualificado, vilipêndio a cadáver, destruição e ocultação de cadáver e associação criminosa.
No caso de Pâmela, as ameaças da facção criminosa foram identificadas há algumas semanas pela família, quando ela mostrou mensagens enviadas pelo Whatsapp para o seu celular.
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Segundo o delegado Wanderson Alves Joana, da Delegacia de Homicídios, a Polícia Civil já está ouvindo possíveis testemunhas.