O sorriso estampado no rosto de Clarice de Freitas, paciente em tratamento oncológico, revela a nova missão de Moana, a cachorra do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Assim como nas ocorrências de busca e resgate, a labradora agora tem a missão de salvar vidas — ou ao menos trazer alívio no momento difícil de internação no Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.
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Clarice andava abatida na cama, sem muita vontade de levantar, conta a equipe médica. Mas bastou a serelepe quatro patas aparecer, que a paciente tratou sentar na poltrona para receber uns “lambeijos”.
— Ela veio e alegrou o meu dia — admite.
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Moana é a nova voluntária da unidade e passa a atuar no Projeto de Terapia Assistida no Hospital Marieta. E como boa colaboradora, ganhou até crachá, dando livre acesso aos setores por onde vai passar levando alegria acompanhada do cabo Thiago Amorim. Juntos, eles formam uma dupla chamada binômio. Desde 2021 atuam em ocorrências, e agora têm mais uma tarefa fundamental.
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— Todo colaborador que entra no hospital recebe o crachá. Então como ela que faz um trabalho tão digno, tão bonito e alegre, que traz o bem-estar para o paciente, a gente não poderia deixar de dar um crachá pra ela — afirma Laisa Ahmad, assistente social do Hospital Marieta Konder Bornhausen.
Moana e o cabo Amorim estarão na unidade uma vez por semana e vão visitar pacientes internados há mais tempo. Para poder entrar na unidade, a cachorra precisou atender ao protocolo da Comissão Central de Infecção Hospitalar, com vacinas em dia e atestado sanitário atualizado quinzenalmente.
— Adentramos os corredores e os funcionários recebem a Moana. Já tem todo um momento de descontração no ambiente e que traz um pouco mais de alegria para os pacientes — conta o bombeiro.

Um trabalho de pai para filho
O Projeto de Terapia Assistida na unidade começou em 2016, com o binômio sargento Amorim e o cachorro Ice. Mas com a pandemia, o trabalho precisou ser suspenso. De lá para cá, a dupla se aposentou do serviço operacional. Com a retomada da atividade agora, o cabo Amorim, filho do sargento, assumiu a tarefa junto com a cachorra Moana.
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O binômio se formou em 2019 e labradora passou por treinamento de dois anos para atuar em ocorrências de busca e resgate. Agora, vão se revezar nas atividades dentro e fora do batalhão.
— Nós temos uma rotina primeiro de treinos relacionados a busca e resgate, e uma vez por semana viemos ao hospital — explica o militar.
Nos quatro anos que estão juntos, um caso marcou:
— Já atendemos diversas ocorrências na área do 7º Batalhão, fora do Estado e também trabalhamos na tragédia que atingiu a cidade de Petrópolis, devido aos deslizamentos de terra. Ficamos lá por 10 dias e essa foi a atuação mais marcante nesse período que eu e a Moana temos de parceria.

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