O presidente da França, Emmanuel Macron, dissolveu o parlamento francês neste domingo (9), e convocou novas eleições. O anúncio ocorre após derrota de seu partido (REM) nas eleições do Parlamento Europeu para o partido Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen, política populista de extrema direita. As informações são do g1.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Segundo Macron, a ascensão de nacionalistas é um perigo para a Europa. “O resultado das eleições da União Europeia não é bom resultado para o meu governo”, disse. “Decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação. Estou, portanto, dissolvendo a Assembleia Nacional.”

A nova votação acontecerá em dois turnos, em 30 de junho (1º turno) e 7 de julho (2º turno).

Eleições na União Europeia

A decisão do presidente francês acontece em meio à divulgação dos primeiros resultados das eleições parlamentares da União Europeia. Institutos de pesquisa franceses projetam o partido de extrema direita RN (Reunião Nacional) à frente dos demais.

Continua depois da publicidade

Liderado pelo ultradireitista Jordan Bardella, o Reunião Nacional obteve cerca de 32% dos votos na eleição deste domingo, mais que o dobro dos 15% da chapa de Macron, de acordo com as primeiras pesquisas apuradas pela agência de notícias Reuters.

De acordo com a Reuters, os eleitores dos 27 países da União Europeia elegeram 720 legisladores para o Parlamento Europeu para os próximos cinco anos neste domingo. Nos quatro dias de votação em todo o bloco houve uma “clara mudança para a direita”, diz a agência.

O parlamento tem sido governado nos últimos cinco anos por uma maioria de três grupos:

  • o Partido Popular Europeu, de centro-direita;
  • os Socialistas e Democratas, de centro-esquerda;
  • e os liberais, ou Renovar a Europa.

Juntos, esses partidos comandaram a política da União Europeia, como o Acordo Verde e a resposta da UE à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Continua depois da publicidade

Além de Macron, as pesquisas de boca de urna indicam resultados ruins para os partidos governistas da Alemanha e ganhos para a extrema direita (Alternativa para a Alemanha AfD) nas eleições da UE. Os Social-democratas de Olaf Scholz ficaram em terceiro lugar atrás da extrema direita.

Marine Le Pen promete guinada na política externa

“Estamos prontos para assumir o poder se os franceses nos derem a sua confiança nas próximas eleições nacionais”, disse Marine Le Pen durante um comício neste domingo (9).

Ela também afirmou que sua vitória é um acontecimento “histórico” e que está pronta para as novas eleições. A candidata possui histórico de posturas xenofóbicas e de aproximação com a Rússia.

As siglas conservadoras e de extrema direita da Europa, incluindo o partido de Le Pen, concordam em pontos que geram polêmica entre os europeus, como a contenção de imigrantes e a revogação das regulamentações ambientais, mas se opõem fortemente em questões como o apoio à Ucrânia.

Continua depois da publicidade

O plano de Le Pen é criar um grupo de nacionalistas que possa puxar a Europa para a direita e, para isso, procura se aliar à Meloni. Ao jornal italiano “Corriere della Sera”, a líder francesa defendeu a mensagem de união no continente. “Não devemos perder uma oportunidade como esta”, afirmou Le Pen.

Em 22 de maio, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, convocou eleições antecipadas no país e dissolveu o Parlamento. As novas eleições, segundo Sunak, acontecerão em 4 de julho.

Leia mais

Folga, preferência em empates de concursos e mais: as vantagens de ser mesário nas eleições

Igrejas evangélicas “de rico” viram fenômeno em Balneário Camboriú e mexem até na política