Em 2009, Mano Brown, figura mais relevante do rap nacional, líder do icônico Racionais MCs, teve de se justificar depois de ter anunciado um show no Royal Club, uma balada “classe A” na zona sul de São Paulo: “Não se trata de uma festa para playboy”, disse na época. Cinco anos depois, o rapper paulista Emicida se apresenta no Confraria, em Florianópolis – local que já foi símbolo da juventude endinheirada da Ilha -, e não precisa dar explicações a ninguém.

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O grau de autonomia veio das esferas musical e social. Primeiro a música: considerado um dos principais nomes do rap brasileiro, Leandro Roque de Oliveira, o Emicida, combinou a crônica urbana mais pesada das letras de Brown com a levada da soul music e do R&B (combinação que os norte-americanos chamam de “flow”).

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Mesmo sem grandes inovações na fórmula utilizada por nomes como Cassiano e Banda Black Rio nos anos 1970, o resultado caiu nas graças da imprensa especializada e dos grandes da MPB – Caetano Veloso diz que adora; Marisa Monte idem.

O rapper também é um homem de negócios. Aos 29 anos, é o principal executivo da empresa Laboratório Fantasma, mix de selo, produtora e loja virtual. A marca vende artigos como bonés, camisetas, canecas, acessórios e CDs de outros artistas. O faturamento mensal passou de R$ 1,5 mil para R$ 80 mil em três anos. É a plataforma mais bem-sucedida da cena independente atual.

A justificativa social: o rap virou mainstream. Atualmente, é o principal negócio no ramo de entretenimento musical. Uma espiral virtuosa de consumo de massas que chegou até as baladas da paulistana Royal e da manezinha Confraria. Após o show de hoje, a casa localizada na Lagoa da Conceição deve fechar para reforma, mudar de dono e reabrir como um clube de luxo. Tomara que não perca o black power.

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Agende-se

O quê: show com o rapper Emicida

Quando: sábado, às 22h

Onde: Confraria (Rua João Pacheco da Costa, 31, Lagoa da Conceição, Florianópolis

Quanto: R$ 30 (fem) e R$ 50 (masc), à venda no www.blueticket.com.br

Informações: (48) 3232-2298