Parece que Emerson finalmente está conquistando a confiança do torcedor brasileiro. Queridinho da maioria dos últimos técnicos da Seleção, mas questionado pela torcida, o volante ganhou uma nova chance com Carlos Alberto Parreira para os jogos contra Peru e Uruguai pelas eliminatórias para a Copa do Mundo, e espera corresponder confiança do treinador e confirmar sua boa fase.
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Depois de substituir Romário na Copa do Mundo de 1998, na França, Emerson viveu uma boa seqüência na Seleção sob o comando de Luiz Felipe Scolari, e seria o capitão do time pentacampeão do mundo na Coréia do Sul e no Japão se não tivesse se machucado às vésperas da competição. Apesar do prestígio e do reconhecimento no futebol europeu, onde se tornou um dos jogadores mais valorizados de sua posição após o título italiano de 2000/01 com a Roma, Emerson ainda não tinha conquistado o respeito do torcedor brasileiro, que sempre questionava suas convocações.
O próprio jogador reconhece que as coisas estão mudando. Segundo Emerson, os brasileiros estão valorizando mais os campeonatos de futebol da Europa e reconhecendo o bom trabalho de alguns jogadores que estão atuando por lá.
– Acredito que mudou um pouco. Fico feliz por causa disso, a coisa mais importante para nós brasileiros e ser reconhecido em nosso país, e não fora – disse ele em entrevista no centro de treinamento da seleção brasileira, na Granja Comary. – Então acho que isso com certeza está me fazendo bem, até porque o torcedor está vendo mais meus jogos pela Juventus e isso facilitou bastante.
Grande parte dos críticos de Emerson atacavam se estilo de jogo “brucutu”, ou seja, de marcação forte e pouca criatividade na armação das jogadas. Curiosamente, Emerson é reconhecido de maneira oposta na Itália, onde atua com liberdade para atacar e chegar ao gol adversário.
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– Acho que isso depende muito da equipe e também dos seus companheiros que estão em campo. Hoje na Juventus eu tenho essa possibilidade de subir porque o time tem outros jogadores com mais função de marcação do que eu.
– Agora, aqui na seleção… Eu olho para frente e vejo Ronaldinho, Ronaldo e Kaká, então alguém tem que marcar, não é – explicou ele, que destacou-se jogando pelo Grêmio e teve como primeiro clube na Europa o alemão Bayer Leverkusen, onde chegou em 1997.
O sucesso de Emerson atrai o interesse de alguns dos principais clubes do mundo. Nesta semana especulou-se um possível interesse do Real Madrid em sua contratação. Para o jogador ainda não é a hora de deixar a equipe de Turim. Nesta temporada, a Juventus disputa ponto a ponto o título italiano com o Milan. As duas equipes estão empatadas com 66 pontos, mas a Juve perde no saldo de gols. A equipe também está nas quartas-de-final da Copa dos Campeões, e tem como próximo adversário o Liverpool.
– Fiquei feliz. É uma coisa muito gratificante quando surge o interesse de uma grande equipe pelo nosso futebol – disse ele. – No ano passado, antes de ir para a Juventus, também houve o interesse do Real, mas agora fica um pouco mais difícil porquê estou há pouco tempo na Juventus. Porém, nunca se sabe o que pode acontecer no futuro.
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– Não dá para dizer que o Emerson não vai um dia para o Real Madrid, principalmente pela carência de jogadores de marcação ali no meio-de-campo. Tenho contrato de quatro anos com a Juventus, até 2008, mas no futebol podemos estar em um clube hoje e em outro amanhã.
As informações são da agência Reuters.