Assim como a gripe A em 2009 e a pólio em maio deste ano, o surto de ebola registrado no oeste africano desafia o mundo a demonstrar eficiência nas ações de prevenção e combate à doença.

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No mesmo dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de ebola na África Ocidental uma emergência de saúde pública internacional, o Ministério da Saúde anunciou as primeiras providências tomadas pelo Brasil para o enfrentamento da doença. Provocada por um vírus, a enfermidade descoberta em 1976 e cujo nome foi tirado de um rio no Congo já infectou mais de 1,7 mil pessoas e matou quase mil, numa região que inclui Serra Leoa, Libéria e Guiné, além da Nigéria.

Ainda que não haja registros de ocorrências fora da área, a questão exige providências imediatas em nível internacional. Primeiro, de âmbito humanitário, já que os países afetados não têm condições financeiras de enfrentar a questão. Depois, de ordem sanitária, pois as facilidades de deslocamento podem contribuir para a disseminação do contágio, que ocorre por contato com sangue e outros fluidos.

Criticada pela demora em se manifestar sobre a ameaça, a OMS deixou finalmente claro, no final da última semana, que a doença de alta letalidade e para a qual não há vacina nem tratamento cientificamente testados exige uma “resposta extraordináia” para ser contida. Fez também “um claro apelo à solidariedade internacional”, advertindo que “os países afetados até o momento simplesmente não têm a capacidade de gerenciar um surto desta dimensão e complexidade por conta própria”. Nesta semana, a instituição promete persistir no tema, reunindo especialistas em ética médica para analisar qual a “medida mais responsável a ser tomada” em relação a um tratamento ainda em fase de testes no combate ao vírus. Daí a importância de que a solidariedade em relação aos países nos quais a população corre mais riscos seja também imediata.

A inquietação com o ebola tem suas razões. O volume de casos já registrados em 2014 é quatro vezes superior ao pior surto já identificado, em 2000. E é preocupante que, diferentemente de situações anteriores, a atual não perca força e continue se espalhando.

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Assim como a gripe A em 2009 e a pólio em maio deste ano, o surto de ebola registrado no oeste africano desafia o mundo a demonstrar eficiência nas ações de prevenção e combate à doença.