Em assembleia na tarde desta quinta-feira os funcionários que atuam na emergência do hospital Celso Ramos, no Centro de Florianópolis, anunciaram que irão paralisar os serviços até a próxima semana. A suspensão dos atendimentos ocorrerá durante quatro horas diárias _ à tarde, das 15h às 17h, e à noite, das 21h às 23h_. O motivo da greve, segundo o SindSaúde, sindicato que representa a categoria, é a sobrecarga de trabalho.

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Um funcionário que preferiu não se identificar relatou para a reportagem do Diário Catarinense na noite desta quinta-feira que outro motivo que justifica a paralisação é também a lotação da unidade de saúde. No relato, o funcionário conta que o setor chamado de reanimação grave, responsável pelo atendimento de pacientes em estado grave, comporta quatro pessoas internadas por vez, mas nesta quinta-feira chegou a ter sete. Conforme o sindicato, o hospital chega a atender até 600 pessoas por dia, um número, segundo o funcionário, considerado alto.

A greve se deflagrou depois que a direção do sindicato se reuniu, na tarde desta quinta-feira, com representantes da Secretaria do Estado da Saúde na expectativa de alinhar uma solução. Como a secretaria teria pedido prazo até a próxima terça-feira, às 15h, para elaborar uma proposta, os funcionários deflagraram a greve.

O sindicato, em nota publicada no site, ainda reforça que na terça-feira desta semana enviou à direção do hospital um documento pedindo que a situação fosse controlada. Na ocasião acordou-se o prazo de 48 horas para que a direção se manifestasse sobre “a possibilidade de realocar provisoriamente profissionais de outras áreas do hospital na emergência, de escalar uma equipe especificamente para fazer o transporte dos pacientes que precisam ser deslocados da emergência para outras áreas do hospital para fazer exames e cirurgias”. Conforme o sindicato, em um novo encontro, também nesta quinta-feira, o diretor da unidade não teria atendido os pedidos.

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— Os trabalhadores estão no limite do que é humanamente possível. A situação é inaceitável, compromete a saúde de quem trabalha e inclusive coloca em risco a população. Há medidas simples que podem ser tomadas para contingenciar essa demanda, mas o que parece é que a direção do hospital e a secretaria querem deixar o caos se instalar e obrigar os trabalhadores a paralisar — disse a diretora do SindSaúde/SC, Marilza Martins.

A reportagem entrou em contato no telefone fixo do hospital nesta quinta-feira à noite, após saber da paralisação, mas foi informada que a diretoria, responsável pelo assunto, só estaria disponível para falar na manhã de sexta-feira.