Palco de importantes decisões e inúmeras polêmicas no atual mandato, o Senado Federal pouco vai se renovar nas eleições deste ano, estima o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). São 54 das 81 vagas em disputa, com 32 dos atuais senadores concorrendo à reeleição. No total, 358 candidatos de todo o País tentam um lugar no Senado.

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Dos candidatos que tentam manter suas cadeiras, porém, apenas 11 aparecem com vantagem nas pesquisas do Ibope divulgadas na sexta, 5, e no sábado, 6.

Nomes importantes do MDB, como Romero Jucá (RR) e Edson Lobão (MA), enfrentam dificuldades para se reeleger.

Em relação aos partidos, MDB, PSDB e PT devem eleger menos senadores nesta disputa, mas, ainda assim, continuarão como as maiores bancadas, segundo levantamento feito pela consultoria Arko Advice. O Diap calcula que a Casa terá 16 partidos representados.

Bancadas hoje consideradas como médias devem crescer, como é o caso de PSD, PSB, PDT e Rede. Por outro lado, partidos com poucos representantes estão ameaçados de não eleger ninguém. É o caso de PRB e PCdoB.

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O levantamento ainda aponta que siglas que hoje estão fora do Senado têm grandes chances de ocupar o espaço de outros partidos, como o PSL, do presidenciável Jair Bolsonaro.

Cálculos

De acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto, o MDB é o partido com o maior número de candidatos competitivos ao Senado. As pesquisas mostram que o partido que tem a maior bancada da Casa pode eleger até 15 senadores hoje. O PSDB pode eleger até 11. Já o PT tem chances de eleger até 10 senadores.

Em seguida, estão o PSB, com 7, o DEM (6), Rede (5), PP (4), PSD (4), PDT (3), PR (3), PSC (3) e PSL (3). O cálculo é baseado nas pesquisas de intenção de voto do Ibope divulgadas anteontem e ontem.

Entre os candidatos, há pelo menos 12 ex-senadores, 14 deputados ou ex-deputados, oito governadores, dois ex-prefeitos e uma ex-presidente da República.

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Desafios

Independentemente de quem seja eleito presidente da República, a relação com os senadores deverá emular os mesmos desafios apresentados pelos deputados. Apesar de ter uma tradição governista, o Senado poderá ser o fiel da balança na aprovação de medidas consideradas indispensáveis a qualquer governo, como a reforma tributária e a da Previdência.

Para o cientista político, Rafael Cortez, sócio da Tendência Consultoria, o problema principal a ser enfrentado pelo próximo presidente na relação com o Congresso será a formação de um ambiente de confiança em que o Executivo poderá negociar com o Legislativo.

“Há dois problemas de saída, a forma como o próximo presidente vai lidar com o legado desses últimos anos, que resultaram nesta polarização extrema e a agenda que ele irá apresentar ao Congresso porque ela marcará as suas escolhas políticas”, afirmou o cientista político ao Estado.

Cortez acredita ainda que houve um enfraquecimento do poder do presidente nos últimos anos, o que levou a um fortalecimento do Congresso no jogo político. “Há um império do baixo clero. O presidencialismo de coalizão funciona melhor quando o presidente negocia apenas com os líderes, mas hoje ele precisa lidar com vários outros grupos. Essa dinâmica ainda deverá demorar para ser reconstruída”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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