Uma área de um milhão de hectares de floresta amazônica desmatada, no oeste do Maranhão, será recuperada por meio de um projeto que alterna agricultura, pecuária e plantio de florestas. A área foi desmatada nas últimas décadas para fornecer carvão para siderúrgicas e utilizada na criação de gado. Agora o solo está empobrecido e não atende à pecuária.

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A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Secretaria de Agricultura do Maranhão, desenvolve um projeto para recuperar a floresta e o solo da região: o sistema agrosilvipastoril.

O gerente de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário da Embrapa, José Mário Frazão, disse que o sistema é a melhor alternativa para gerar alimento e ocupar áreas desmatadas.

Segundo ele, a combinação entre lavoura e pecuária já foi realizada com sucesso pela Embrapa no sul do Maranhão. A novidade, no entanto, é a participação da floresta no ciclo, que pode ser utilizada tanto em grandes propriedades quanto na agricultura familiar, disse Frazão:

– O agricultor familiar tem pouca alternativa para geração de renda nessas áreas. No momento em que você oferece uma tecnologia, que você tem uma receita bem maior, e tem a qualidade do pasto, tem outras alternativas, e com certeza ele vai se interessar.

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Outra inovação, segundo o técnico da Embrapa, é a possibilidade de criação de ovelhas e cabras, e não somente bovinos.

O ciclo começa com o plantio do milho, que gera alimento e pastagem de melhor qualidade. Depois, se introduz o gado, e mais tarde plantam-se árvores.

Frazão disse que esse método já recuperou três milhões de hectares de florestas degradadas na Região Norte.

O projeto, segundo a Embrapa, será colocado em prática no final de 2008, quando tem início o ano agrícola no oeste do Maranhão.

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