Desde 1999, a Embraco tentava sem sucesso implantar o banco de horas para os funcionários que trabalham em turnos de produção, os chamados horistas. Na votação de 2012, a medida foi rejeitada por 94% dos votantes.
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Na última sexta-feira, a empresa conseguiu sua primeira vitória. A medida foi colocada em votação e desta vez passou com 69% de adesão. A medida atinge 3,5 mil profissionais da manufatura de Joinville.
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Na fábrica de Itaiópolis, a medida passa por estudos e deve ir à votação no mês de julho.
A fabricante de compressores para refrigeração sente os efeitos da retração do mercado de linha branca. De acordo com a gerente de RH da Embraco Brasil, Adriana Horbatiuk, até agora o mercado externo vinha compensando a queda na demanda no mercado brasileiro e, como a companhia tem perfil exportador, não sentia tanto os efeitos.
A partir deste mês, no entanto, a empresa percebeu que era hora de adotar medidas para flexibilizar a produção e acompanhar o cenário.
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A expectativa é de que somente o banco de horas seja suficiente para administrar a situação durante a estação de inverno. Se o mercado não reagir nos próximos meses, a próxima medida será conceder férias coletivas. Não sendo suficiente, só restará a demissão.
A Embraco não pode adotar a redução de jornada de trabalho novamente, pois este instrumento foi utilizado até março deste ano e a legislação obriga o intervalo de um ano para utilizá-lo novamente.
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A proposta aprovada na sexta-feira limita o banco a 60 horas, que podem ser administradas conforme a necessidade de cada linha produtiva e por períodos de ausência variados.
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Para conseguir a adesão dos funcionários, a indústria diz que fez uma ampla comunicação e apresentou uma proposta que busca maior equilíbrio entre as necessidades da empresa e do trabalhador.
Entre os ajustes, garantiu dois sábados de descanso por mês. Quando o limite for ultrapassado, as horas extras serão pagas no próprio mês. Outro fator que influenciou a decisão inédita dos funcionários veio de fora.
– Antes, o contexto econômico era melhor, hoje, o funcionário se preocupa em manter o emprego – diz Adriana.
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