A Polícia Civil do Paraná tenta localizar a ex-mulher de João Philip Gonçalves Nunes, apontada como responsável por criar a emboscada que levou à morte do rapaz de apenas 23 anos. Morador de Blumenau, ele foi brutalmente assassinado em Curitiba ao ir buscar o filho de quatro anos. A vítima tinha a guarda da criança na Justiça.

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De acordo com o delegado Thiago Nóbrega, no domingo (5) João foi até a capital paranaense de carro acompanhado dos pais para buscar o garoto. Conforme a investigação, ao chegar a Vila Corbélia, uma favela, o rapaz seguiu as orientações da ex-mulher e foi até o local indicado por ela através de mensagens de texto. 

Isso era por volta das 10h.

Na casa teria sido brutalmente espancado e esfaqueado até a morte por quatro homens. Depois o corpo foi jogado em uma área de mata próxima.

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Ainda de acordo com o delegado, preocupados com a demora do filho, os pais de João teriam entrado na comunidade. Lá teriam ouvido de uma mulher que era melhor saírem do local para não acabarem mortos. O rapaz foi achado sem vida no mesmo dia, perto das 13h30min, por uma pessoa que passava na região, viu o corpo e chamou a polícia.

— O João combinou com essa ex-companheira de ir até o local onde ela estava para pegar a criança e ela acabou armando uma emboscada para ele. Porque assim que ele chegou na favela, ela o levou até os comparsas, que espancaram João até a morte e desovaram o corpo numa área de mata nas proximidades — explica Nóbrega.

O policial conta que a ex-mulher brigou pela guarda da criança na Justiça e chegou a dizer que o pai abusava sexualmente do filho. Laudos confirmaram que se tratava de mentira. A Vara da Família concedeu a tutela do pequeno para João. 

A mãe da vítima, Katia Regina da Silva, diz que o filho tinha a guarda do neto desde dezembro do ano passado. Porém, a mãe do pequeno estava com ele porque a Justiça tinha autorizado a passar um período com a genitora. Depois disso o menino não teria sido trazido de volta ao Vale do Itajaí e João teria conseguido uma ordem judicial para buscar o garoto. 

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Sabendo que o ex-companheiro iria buscar o filho no domingo, a mulher teria dito a traficantes que o homem violentava a criança.

— Ela começou a espalhar esses boatos dentro da favela onde mora para que os traficantes locais pegassem raiva dele. E de posse desses boatos, assim que o João chegou na comunidade, ela avisou os traficantes. E normalmente nesse tipo de caso (estupro) eles acabam matando mesmo de modo cruel — conta Nóbrega.

Até as 11h desta sexta-feira (10), a mulher ainda não tinha sido localizada pela polícia e estaria com a criança, segundo o delegado. Para o investigador, é claro que a ex-companheira orquestrou o assassinato e deve responder por homicídio qualificado. A apuração tenta identificar os quatro homens que estariam na casa onde João foi morto.

Uma semana antes de ser assassinado, João publicou uma foto do filho nas redes sociais e escreveu: “Saudade. Quando será que eu vou chegar em casa novamente e vai ter você correndo nas minhas pernas”. O rapaz foi sepultado no cemitério da Rua Bahia, em Blumenau, na última terça-feira (7).

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“Meu filho foi assassinado cruelmente por lutar pelo direito já conquistado da guarda do seu filho”, lamentou a mãe do jovem nas redes sociais.

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