O embaixador do Haiti no Brasil, Madsen Chérubin, esteve em Itajaí e Balneário Camboriú nesta terça-feira para ministrar duas aulas magnas do curso de Relações Internacionais da Univali e conversar com representantes de associações de haitianos da região dos municípios da Foz do Rio Itajaí.

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De manhã, ele conversou com os alunos do curso no campus de Balneário Camboriú sobre a migração, integração e perfil dos haitianos no Brasil, sobre o interesse do governo haitiano em atrair empresários brasileiros para investir no país e ainda discutiu sobre a atual relação dos Estados Unidos e Cuba. Há dois meses, Cherubin está viajando pelo país para conhecer os compatriotas e também saber de que maneira a embaixada do Haiti pode ajudar a desenvolver um melhor trabalho no Brasil:

– Estou aqui para ouvir os problemas e conhecer as necessidades e incentivar os haitianos a se organizar para ajudar os que estão chegando e os que aqui estão. É uma grande oportunidade conhecer um lugar que acolheu tão bem os meus compatriotas.

À tarde, o embaixador conversou com representantes de associações de haitianos de Itajaí, Gaspar, Balneário Camboriú e Navegantes. Eles tiraram dúvidas sobre legalização no país e processos burocráticos para estudar e trazer familiares do Haiti ao Brasil.

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Para a professora do curso de Relações Internacionais da Univali, Giselda Cherem, a vinda do embaixador foi uma maneira de estreitar os laços com a universidade e para apresentar a ele o projeto de pesquisa “Imigrantes haitianos na região da Amfri: aspectos socioeconômicos, indicadores de vulnerabilidade social e politicas públicas”, que está mapeando 600 imigrantes do Haiti na região.

– A visita dele foi muito importante para o engajamento dos alunos com o contexto da migração e para colaborar com as ações do curso de Relações Internacionais, que está fazendo um trabalho com esta população que está crescendo na nossa região – afirmou a professora Giselda.

À noite, o embaixador proferiu outra aula no campus de Itajaí. Esta é a terceira visita do representante do Haiti no Estado. Segundo ele, a estimativa é que 50 mil haitianos tenham migrado para o Brasil depois do terremoto no país caribenho, ocorrido em janeiro de 2010.

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Segundo ele, a região Sul do Brasil ainda oferece mais oportunidades de trabalho para o haitiano por ser mais desenvolvida, mesmo em meio à crise que o país enfrenta:

– Santa Catarina tem um alto potencial de exportação, além da presença de fortes agroindústricas e da construção civil. O desemprego de haitianos no Estado e muito menor do que em estados como São Paulo e Acre, por exemplo.