O quinto troféu de Roland Garros está nas mãos de Gustavo Kuerten. Detentor das taças pelos títulos de 1997, 2000 e 2001, o ex-tenista que também foi agraciado com o prêmio simbolico pela despedida das quadras, agora ergueu também o título de embaixador do Aberto da França. Ontem, em cerimônia no Jurerê Sport Center, em Florianópolis, Guga foi homenageado pela Federação Francesa de Tênis (FFT).

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A responsabilidade de apresentar ao mundo o que significa pisar no saibro de Paris e a importância de competir em um dos quatro Grand Slam da ATP são algumas da missões do tricampeão do torneio.

– É muito importante para Roland Garros ter o Guga como embaixador pela história do atleta. A missão será divulgar e promover o torneio. O fato de ser escolhido não é apenas pelo tenista que foi, mas pela maneira como ele se comporta, o caráter e o jeito que lida com as pessoas. É uma pessoa responsável e que fez por merecer chegar onde chegou. É uma imensa satisfação condecorá-lo com esse título de embaixador global do Grand Slam – disse Lucas Dubourg, enviado pela Federação Francesa de Tênis (FFT).

Ao lado da família, Guga não escondeu a emoção de ter na galeria mais um prêmio dado por Roland Garros. Além dos três títulos, ele ainda foi premiado em sua despedida com o troféu que simboliza o piso de saibro em camadas. Esse, como os outros, permanecem em exposição na 10ª edição da Semana Guga Kuerten, que vai até domingo. O ex-tenista destacou os desafios no primeiro encontro com o torneio francês e a ambição de querer estar entre os melhores.

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– A vida é feita de encontro com pessoas e união de forças. Esse troféu simboliza o empenho que fazemos ainda todos os dias, a paixão pelo tênis. O universo que me foi apresentado cedo pelo meu pai. É especial. Um ambiente agradável e familiar, rico em aprendizado e desafios. Eu cheguei em Roland Garros com 15 anos e louco para bater bola, mas nem na chave eu entrei. Aquilo serviu de trampolim. No ano seguinte joguei juvenil e fui às quartas. Roland Garros ainda me desafia. Esse troféu traz à tona minha vida completa – disse Guga, primeiro a receber o prêmio de embaixador do Aberto da França.

Apesar de acostumado a levantar os troféus ao longo da carreira que terminou em 2008, a homenagem de ontem rendeu ao ex-tenista um momento diferente. Guga não precisou estar em quadra para lutar por título como fazia. A conquista foi sem suar a camisa e sequer teve que se sujar com o saibro. Isso, porém, não minimiza o esforço realizado ao longo dos anos como jogador profissional. O legado proporciona a ele mais esse momento inédito.

– Tudo acontece tão rápido, ligeiro, e continua sendo saboroso. Na época era de alegria e uma imensidão de sentimentos, mas no dia seguinte estava arrumando as malas e pensando o que vem pela frente. Pensando como fazer para ganhar de novo no ano seguinte. E agora eu posso rever as jogadas e me emocionar mais uma vez. É uma moleza levantar sem jogar. Nessa hora que está garantido, que é uma conquista adquirida, é mais fácil olhar ao redor e ver todos que foram juntos comigo. Essas são minhas conquistas diárias – completou.

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