Carlos Villagrán se agita na sala de casa, afina o tom da voz, irradia alegria ao saber de onde vem a ligação.

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– Porto Alegre? Minha Porto Alegre? Muito obrigado, amigo, muito obrigado! – vibra o intérprete do mimado Kiko, anunciado em 2013 pelo prefeito José Fortunati como embaixador da Copa do Mundo na Capital.

Apesar do entusiasmo, Villagrán se diz chateado. Um minuto após atender o La Copa em sua residência em Zapopan, no México, ele recorre à choradeira do filho de Dona Florinda (o célebre “arrrRRRrrrRRRrrr…”) e logo imprime seriedade na fala.

Secretário sobre Kiko: ‘Se nem o governo do México o trouxe para a Copa, nós é que iríamos trazê-lo?’

– Morreria para estar agora em Porto Alegre – ele diz. – Eu contava aos meus amigos: “Vou a Porto Alegre ver a Copa do Mundo”, e meus amigos me invejavam. Mas não me convidaram, nunca me mandaram passagens, nunca ninguém daí entrou em contato comigo.

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O ator de 70 anos passou os últimos meses tratando de divulgar a cidade. Carregava para lá e para cá a placa de embaixador que recebeu de Fortunati, a exibia com orgulho em entrevistas e programas de TV no México e no Chile. Não deixava de ser uma resposta àqueles que contestaram sua nomeação em abril do ano passado – de que forma um humorista mexicano poderia contribuir para o bem da cidade?, questionavam os críticos.

– Não houve uma única entrevista em que deixei de mencionar Porto Alegre. Eu dizia que a cidade é muito bonita e que é uma sede da Copa do Mundo – afirma Villagrán, que acomodou a placa de embaixador entre seus prêmios, troféus e fotografias em uma sala de casa.

Na sexta-feira à noite, a reportagem tentou falar com o secretário municipal da Copa, João Bosco Vaz, mas não conseguiu contato. Embora o desgosto seja evidente, Villagrán não aponta culpados. Garante compreender um eventual orçamento minguado, reforça sua gratidão às autoridades e à população da cidade.

– Esse título me engrandeceu. Me senti muito importante. Agora estou um pouquinho magoado, mas não diminui em nada o carinho que tenho por vocês – ressalta ele, para em seguida deixar um recado aos porto-alegrenses:

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– Sou fascinado por essa gente. Aproveitem a Copa, sejam felizes e não se misturem com essa gentalha.

Ouça um trecho da entrevista de Paulo Germano com Carlos Villagrán: