Uma comitiva de deputados estaduais realizou uma vistoria na manhã desta terça-feira no Hospital Infantil Joana de Gusmão e no Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis. Por causa da greve, as emergências das duas unidades atendem apenas os casos de gravidade, encaminhados por médicos, Corpo de Bombeiros e Samu.
Continua depois da publicidade
A vistoria, coordenada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, verificou as condições da estrutura hospitalar e a situação com a greve.
Conforme a deputada Ana Paula Lima (PT), que é enfermeira, os grevistas denunciaram a falta de condições de trabalho e de servidores. O primeiro hospital visitado pela comitiva foi o Infantil.
– Lamentavelmente a situação do Hospital Joana de Gusmão tem problemas que antecedem a greve. Já tinha 80 leitos fechados por falta de funcionários e, com a paralização, saltou para 140. Além disso, a emergência está em reforma há um bom tempo. Não há como atender em um espaço desses – critica Ana Paula.
Continua depois da publicidade
O presidente da comissão de saúde, Volnei Morastoni (PT), que é médico, também afirma que o principal problema detectado foi a falta de servidores. Ele acrescenta que no Celso Ramos a defasagem seria de 520 trabalhadores.
– A visita propicia a oportunidade de mostrar a realidade dos hospitais, a greve apenas desnuda a realidade já existente. A saúde já tem problemas, como setores fechados há muito tempo – diz Morastoni.
O deputado é a favor das reivindicações da categoria, que prevê gratificação na média de 50% sobre o salário, mantendo a carga horária de 30h semanais, como medida compensatória pelo fim das horas-plantão. Um relatório sobre a vistoria será feito e solicitado ao governo que abra as negociações com o comando de greve.
Continua depois da publicidade
– Já fizemos esse apelo ao líder do governo para que recebam o comando de greve. Os servidores precisam dessa gratificação, não dá para simplesmente tirar a hora-plantão, se não vai impactar as condições de vida dos servidores – defende Morastoni.
Nesta quarta-feira, os parlamentares visitarão o Hospital Regional e o Instituto de Cardiologia, em São José, e a Maternidade Carmela Dutra, na Capital.
O que diz o governo
O secretário de Estado de Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, confirmou que a defasagem no Hospital Infantil era de 400 servidores e no Celso Ramos era um pouco menor, 379 trabalhadores, para o funcionamento pleno de todas as alas e sem necessidade de hora-plantão.
Continua depois da publicidade
Oliveira afirmou que foi, justamente, a complementação do quadro funcional do Hospital Regional, em São José, que culminou na greve. Foi contratado 520 novos servidores, o que reduziu a necessidade de hora-plantão. Isso teria feito os trabalhadores pedirem a gratificação para manterem o valor salarial.
– No caso de não reduzirmos as horas plantão, cai pela metade a necessidade de servidores – afirma Oliveira.
Se forem mantidas as horas a mais de trabalho, pelos cálculos da Secretaria de Saúde faltariam apenas 143 trabalhadores no Hospital Infantil e 126 no Celso Ramos. Sobre as negociações, o secretário diz que não há como receber o comando de greve, pois o governo não teria condições financeiras de oferecer a gratificação.
Continua depois da publicidade
– Por isso, aceitamos retroceder e manter as horas-plantão para quem quiser fazer – acrescenta.