– Está tudo perfeito.
A frase do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, dita em sua visita à Arena Corinthians, na última segunda-feira, mostrou um cenário invertido em relação ao palco da abertura da Copa. Numa aparição relâmpago, cercado de ex-jogadores e políticos, o francês fez questão de ressaltar que a preocupação com a entrega do estádio – hoje 86% concluído – é assunto superado.
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– Durante a Copa das Confederações, tivemos uma reunião de emergência com o Andrés (André Sanchez, ex-presidente do Corinthians, responsável no clube pela obra) porque tínhamos preocupação sobre a data de entrega. Mas quando olho a minha volta, tenho certeza de que vai ficar pronto em tempo.
A apreensão da alta cúpula da Fifa estaria relacionada a uma possível paralisação das obras por falta de dinheiro. Nos últimos meses, o Corinthians vem brigando para receber a verba de R$ 820 milhões (R$ 420 milhões de incentivos fiscais da prefeitura de São Paulo e R$ 400 milhões de linha de crédito disponibilizada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES). Com o atraso do repasse, Andrés Sanchez, responsável pela articulação do projeto, ameaçou, em março, cessar a construção da Arena.
Até o momento, a estimativa é a de que tenham sido gastos R$ 620 milhões na Arena Corinthians. Apenas R$ 156 milhões, relativos aos incentivos da prefeitura (os CIDs), vieram de verba pública. Os outros R$ 464 milhões foram gastos pela Odebrecht, que recorreu a instituições financeiras – Banco do Brasil e Santander – para bancar os custos via empréstimos-ponte.
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Para compensar a Odebrecht e terminar as obras até dezembro, o Corinthians espera receber, além dos R$ 284 milhões restantes dos CIDs, os R$ 400 milhões advindos do BNDES. O repasse, já aprovado, será feito pela Caixa Econômica Federal, patrocinadora do clube. A documentação necessária para a transação deve sair em breve, de acordo com o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo. Maiores detalhes não são revelados.
Há ainda os R$ 35 milhões que serão gastos na construção dos assentos removíveis. O custo, que pode aumentar, deverá ser bancado por companhias privadas. Embora clube e empresa não confirmem, a Ambev está próxima de selar um acordo. A expectativa é a de que o estádio esteja pronto para os primeiros testes em campo já em dezembro. Durante o encontro com Valcke, Sanchez afirmou que o estádio deverá ser palco de algumas partidas do Corinthians a partir de fevereiro. Também disse que, “caso a Fifa queira”, outros jogos-testes poderão ser feitos no período. Atualmente, 1,5 mil funcionários trabalham nas obras.