Em um discurso diante do Portão de Brandemburgo, em Berlin, o presidente americano, Barack Obama, pediu nesta quarta-feira que a Rússia aceite reduzir em um terço suas armas nucleares, e limitar as armas atômicas estratégicas. A fala do presidente, cinco anos depois de discursar em Berlim ainda como candidato a presidente, vinha sendo comparada com o discurso histórico de John F. Kennedy, há 50 anos, quando o então presidente disse “Sou um berlinense”, na cidade dividida em plena Guerra Fria.
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Em 1963, Jonh Kennedy foi recebido em Berlin pelo prefeito Willy Brandt / Foto: AFP
Obama, no entanto, teve uma recepção bem mais fria que a de Kennedy e a de 2008. A imagem do americano, que antes de assumir era ligada à esperança, cai entre os alemães, e um dos motivos é o escândalo da espionagem massiva da Agência Nacional de Segurança (NSA). Além de argumentos para acalmar os alemães sobre o monitoramento indiscriminado de dados, Obama reacendeu a discussão nuclear. _ São passos que podemos dar para criar um mundo de paz e justiça _ afirmou.
Obama se comprometeu a realizar duas novas cúpulas sobre segurança nuclear antes de terminar seu segundo mandado, em 2016. Durante seu primeiro mandato, o democrata conseguiu assinar um novo Tratado START (Tratado de Redução de Armas Estratégicas) com Moscou, no qual os dois ex-inimigos concordaram em diminuir seus arsenais a 1.550 ogivas.
Pouco antes, a Rússia afirmou não permitirá que exista um desequilíbrio na dissuasão nuclear, segundo declarou nesta quarta-feira o presidente russo Vladimir Putin.
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– Não podemos permitir o rompimento do equilíbrio dos sistemas de dissuasão estratégica ou a redução da eficácia de nossas forças nucleares – declarou Putin, segundo a agência Ria Novosti.