Um dos mais emblemáticos clássicos do futebol brasileiro, Botafogo e Santos, disputado em preto e branco, surgiu como um grande desagravo ao goleiro Aranha. Ofendido com insultos racistas, quinta-feira, na Arena do Grêmio, o camisa 1 do Santos foi ovacionado por botafoguenses e santisas, no Maracanã.
Continua depois da publicidade
Já no aquecimento, Aranha foi a campo sob aplausos. Voltou com os demais 21 jogadores, todos carregando uma faixa providenciada pelo Botafogo: “Somos preto/Somos branco – Entre em campo contra o racismo”.
Com o ídolo negro botafoguense, o goleiro Jéfferson, puxando os aplausos a Aranha, a torcida no Maracanã passou a gritar o seu nome: “Aranha, Aranha, Aranha”. Nos telões do Maracanã, o Botafogo divulgava o site Camisa Invertida, um manifesto do clube contra o racismo, o que resultou em uma mudança na camisa alvi-negra. A estrala solitária, tradicionalmente estampada sobre a listra branca, desta vez repousava em uma listra negra.
A torcida do Santos levou ao Maracanã faixas brancas escritas em preto e faixas pretas escritas em branco, todas com o nome de Aranha. Já nas arquibancadas botafoguenses, um enorme cartaz em forma de moeda. De um lado, uma mão espalmada, pintada em preto e branco. De outro lado, a frase: “Aranha, a torcida alvi-negra está com você”.
Em campo, o goleiro negro do Santos destoava pelo uniforme amarelo com chuteiras cor de laranja. Foi uma das boas figuras do clássico. Só não conseguiu evitar o golaço em curva de Daniel. O Botafogo venceu por 1 a 0, se afastando mais um pouco do Z-4. E Aranha deixou o Maracanã assim como chegou: sob aplausos dos 14.285 torcedores, de todas as raças, porque Aranha se tornou um símbolo bem além de um jogo de futebol.
Continua depois da publicidade