A violência urbana está cada vez mais presente no cotidiano das cidades. Grandes centros são marcados por altos índices de homicídios, mas os dados mostram uma realidade diferente no Vale do Itapocu.

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Neste ano, quatro homicídios foram registrados em seis meses na região. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera zonas endêmicas de violência aquelas que apresentam índices iguais ou superiores a dez homicídios por 100 mil habitantes.

Em Jaraguá do Sul, nos seis primeiros meses do ano, apenas uma vítima de homicídio foi registrada – no dia 5 de junho, um homem de 31 anos foi esfaqueado em um bar no bairro Garibaldi.

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Um ponto de atenção na região é Guaramirim. Os três homicídios registrados de janeiro a junho fazem acender um sinal de alerta sobre a segurança na cidade: Lá, a primeira morte neste ano aconteceu em março, em um bananal, quando um vendedor foi encontrado com marcas de tiros e perfurações. Depois disso, mais dois homicídios foram registrados na cidade, um homem morreu em abril, um mês após ter sido golpeado com uma barra de ferro; e, em maio, outro homem foi morto a pauladas.

Uma das explicações para essas ocorrências em Guaramirim, segundo o sargento do 14º BPM, Luiz Antonio Wiltner, é o menor número de policiamento e também o fato de a cidade ter mais “rotas de fuga”.

No ano passado, os números não foram muito diferentes. O primeiro semestre teve três casos registrados: um em Guaramirim, um Jaraguá do Sul e um Schroeder. Ao longo de 2014, houve 13 homicídios na região, sete deles por motivo fútil. Oito tiveram facas como arma, segundo dados da Polícia Militar.

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Prevenção

Wiltner afirma que a prevenção é o melhor caminho para manter índices positivos. Ele destaca que a Polícia Militar faz abordagens em estabelecimentos comerciais, ruas e pessoas suspeitas com o objetivo de impedir os crimes.

– Quando realizamos blitz e abordamos condutores embriagados, é fato que estamos agindo preventivamente, ou seja, aquele condutor não colidiu, não lesionou ninguém e não matou – afirma.

Outro fator que ajuda é o número de casos solucionados, aponta Wiltner. Nas últimas ocorrências de grande repercussão, um assalto a lotérica e a uma agência bancária, os suspeitos foram presos.

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Segundo Wiltner, há alternativas que ajudam a manter esse números e elas não estão ligadas apenas à segurança pública. Entre elas, a iluminação e a revitalização de espaços públicos, como é o caso do Ginásio Arthur Müller, que era ponto de tráfico e prostituição e, hoje, é uma área de lazer.

– Essas medidas ajudam a afastar pessoas com más intenções. Também devemos alertar que muitos crimes seriam evitados se a população e outras instituições avisassem a polícia antes de chegar ao extremo, como é o caso de um homicídio entre marido e mulher – destaca Wiltner.

Características da região

Assim como o sargento Wiltner, o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) da Polícia Civil, Eric Uratani, acredita que são as ações contra o tráfico que ajudam a diminuir os homicídios. Segundo Uratani, em Jaraguá do Sul e região, os bairros afetados são os mais carentes e onde o comércio de drogas ainda não foi controlado.

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– As ocorrências de latrocínio, roubo seguido de morte, são raras na região. Não temos como evitar os homicídios, mas trabalhamos em investigações paralelas que influenciam nesses crimes – explica.

Quando ocorre um homicídio na região, a DIC de Jaraguá ajuda nas investigações a pedido dos delegados.

– Quando solucionamos um homicídio, acreditamos que aquela pessoa não estará impune para realizar outros crimes – destaca.

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Observando os relatórios do 14º BPM, a faca é a arma mais utilizada nos homicídios na região.

– É difícil conseguir uma arma de fogo e também é complicado você andar armado pela rua, pois qualquer abordagem policial pode te levar preso – enfatiza o delegado.