Em seis anos, houve uma redução de cerca de 77% no desflorestamento bruto da Amazônia. Em 2004, a área desflorestada anualmente foi 25 mil quilômetros quadrados (km²) e, em 2012, diminuiu para menos de 10 mil km². De um ano para o outro, as queimadas e incêndios florestais também diminuíram expressivamente, da ordem de 50% em 2010, quando foram detectados pelos satélites 133,1 mil focos, para 61.687 focos em 2011.

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Esses dados são dois dos aspectos positivos apontados no documento lançado hoje (18), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no contexto da realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

Os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2012 mostram, em sua quinta edição (a primeira foi lançada em 2002), os ganhos e as fragilidades do país no novo paradigma de crescimento. São 62 indicadores que traçam um panorama do país em quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional.

Vinte desses indicadores tratam da dimensão ambiental e avaliam diretamente a qualidade do ar, da terra e das águas. Ainda de acordo com os IDS 2012, houve uma redução de 90%, no período 1992-2010, do consumo das substâncias destruidoras da camada de ozônio da atmosfera. A queda mais acentuada foi na concentração de poluentes do ar em áreas urbanas, embora os valores ainda ultrapassem os estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). No entanto, a destruição de florestas e outras formas de vegetação nativa ainda respondem por mais de 75% da emissões líquidas de gás carbônico na atmosfera.

Com relação à terra, o estudo mostra como dado negativo, do ponto de vista ambiental, o aumento crescente do uso de fertilizantes e agrotóxicos, fruto do modelo de desenvolvimento da agricultura brasileira, centrado em ganhos de produtividade. Em 2010, a quantidade comercializada de fertilizantes foi 155 quilos por hectare, e o consumo de agrotóxicos foi 3,6 quilos por hectare. A área plantada em 2010 ficou em 65,3 milhões hectares, o que corresponde a 7,7% da superfície total do país.

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De acordo com a técnica de Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Denise Kronemberger, o estudo tem como objetivo mostrar a relação entre as quatro dimensões, em função da complexidade do tema do desenvolvimento sustentável. ‘Não se pode tratar de forma isolada apenas um tema ou uma dimensão. É preciso ter uma visão conjunta, sistêmica, de avaliação integrada desses indicadores’, observou.

No que se refere à dimensão econômica, os 12 indicadores da IDS 2012 revelam que houve um aumento na reciclagem, mas também subiu a participação de fontes não renováveis na produção de energia, como o gás natural (de 8,7% em 2009 para 10,8% em 2010) e carvão mineral e derivados (de 4,7% para 5,2%). Já a participação de petróleo e derivados permaneceu estável, de 37,9% em 2009 para 37,6% em 2010.

A energia utilizada no país oriunda de fontes renováveis, consideradas ideais se adotadas estratégias de gestão sustentável, foi 45,5% do total em 2010, com ligeira queda em relação a 2009: de 18,2% para 17,8% nos derivados da cana-de-açúcar e de 15,2% para 14% na energia hidráulica.