Denúncias de violências e situações degradantes contra pessoas em situação de rua motivaram uma passagem da Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) por Santa Catarina nesta sexta-feira (12). Visitas a abrigos foram feitas e o que foi encontrado deve ser anexado a um relatório elaborado pela comissão. O documento, no entanto, só deve ficar pronto em junho.

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Este relatório deve conter orientações ao Estado e aos municípios sobre o tratamento a esta população. Entre as situações reveladas nos abrigos estão a presença de baratas e percevejos no mesmo espaço onde as pessoas ficam, e o oferecimento de comida estragada.

Conselheiros da CNDH visitaram as cidades de Florianópolis, Palhoça, Balneário Camboriú e Criciúma. Nas cidades, foi conversado com representantes do Poder Público.

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A conselheira Ana Paula Guljot citou violências praticadas contra pessoas em situação de rua, como a violência policial. Ela também menciona o não-cumprimento da política nacional sobre a população em situação de rua.

Outros pontos observados são a falta de equipamentos e profissionais, e o não acionamento, pelos municípios, de políticas que têm financiamento federal.

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— [Municípios] buscam, na grande maioria dos casos, deixar essa população invisível, e tentam, na maioria dos municípios, expulsá-la para outros estados — menciona a conselheira. Há relatos ainda de espancamentos de pessoas que se negaram a sair dos municípios.

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