A 21ª edição da pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT) revela as condições das estradas em todo o país. Em Santa Catarina, dos 3.249 quilômetros de estradas federais e estaduais avaliadas, 63,7% estão em condições regulares (35,6%), ruins (23,9%) ou péssimas (4,2%). O restante, 36,3%, se apresentam boas (25,4%) ou ótimas (10,9%). No quesito geometria da via, o Estado tem destaque negativo. O estudo indica 72,3% são regulares, ruins ou péssimas. Desse número, 26,7% são consideradas péssimas.
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Nos 869 quilômetros de estradas estaduais avaliados estão o maior problema de SC. Os números mostram que 92,8% das rodovias mantidas pelo Estado apresentam condições regulares (29,2%), ruins (53,6%) ou péssimas (10%). Apenas 4,9% estão boas e e 2,3% receberam o conceito “ótimo”. Já as rodovias federais têm condições melhores: ótimas, 14%; boas, 32,9%; regulares, 38%; ruins, 13% e péssima, 2,1%.
Na classificação geral dos trechos que estão sob gestão pública, 25,3% se apresentam boas e ótimas, enquanto 74,7% estão regulares, ruins ou péssimas. Por outro lado, as rodovias concessionadas estão 88,7% ótimas ou boas e 11,3% regulares, sem registro de ruins ou péssimas.
Santa Catarina ainda tem um destaque negativo no ranking geral dos trechos avaliados: a BR-282 entre Florianópolis e Lages é considerada a 10ª pior ligação rodoviária da pesquisa.
No país, 61,8% dos trechos estão regulares, ruins ou péssimos
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A 21ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias avaliou 105.814 km de rodovias, um acréscimo de 2.555 km (2,5%) em relação a 2016. Foi percorrida toda a extensão pavimentada das rodovias federais e das principais rodovias estaduais do país.
Neste ano, a pesquisa constatou uma queda na qualidade do estado geral das rodovias pesquisadas. A classificação regular, ruim ou péssima atingiu 61,8%, enquanto em 2016 esse índice era de 58,2%. Em 2017, 38,2% das rodovias foram consideradas em bom ou ótimo estado, enquanto um ano atrás esse percentual era de 41,8%.
A sinalização foi o aspecto que mais se deteriorou. Em 2017, o percentual da extensão de rodovias com sinalização ótima ou boa caiu para 40,8%, enquanto no ano passado 48,3% haviam atingido esse patamar. Neste ano, a maior parte da sinalização (59,2%) foi considerada regular, ruim ou péssima. Em relação à qualidade do pavimento, a pesquisa indica que metade (50,0%) apresenta qualidade regular, ruim ou péssima. Em 2016, o percentual era de 48,3%.
Já a geometria da via, outro quesito avaliado pela Pesquisa CNT de Rodovias, manteve o mesmo resultado do ano passado: 77,9% da extensão das rodovias tiveram sua geometria avaliada como regular, ruim ou péssima e apenas 22,1% tiveram classificação boa ou ótima.
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— A queda na qualidade das rodovias brasileiras tem relação direta com um histórico de baixos investimentos em infraestrutura rodoviária e com a crise econômica dos últimos anos —, afirma o presidente da CNT, Clésio Andrade.
Segundo ele, a drástica redução dos investimentos públicos federais a partir de 2011 levou a um agravamento da situação das rodovias. Em 2011, os investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foram de R$ 11,21 bilhões; em 2016, o volume investido praticamente retrocedeu ao nível de 2008, caindo para R$ 8,61 bilhões. Este ano, até o mês de junho, foram investidos R$ 3,01 bilhões.
Para dotar o país de uma infraestrutura rodoviária adequada à demanda nacional, são necessários investimentos da ordem de 293,8 bilhões, segundo o Plano CNT de Transporte e Logística.
A 21ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias foi realizada em 30 dias, por 24 equipes de pesquisadores, com cinco equipes de checagem. Além da avaliação do estado geral, do pavimento, da sinalização e da geometria da via, a pesquisa traz informações sobre infraestruturas de apoio, como postos policiais, postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas de caminhões ou ônibus, restaurantes e lanchonetes.
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