Após uma regata emocionante e com um final confuso, os velejadores brasileiros Robert Scheidt e Bruno Prada conquistaram a medalha de prata na classe Star da vela na madrugada desta quinta, dia 21, na cidade de Qingdao. O barco da Grã-Bretanha, de Iain Percy e Andrew Simpson, ficou com o ouro. Já a embarcação da Suécia, que contestou o resultado da regata final e a medalha dos brasileiros, acabou com o bronze (veja a classificação completa e a pontuação na tabela no final do texto).
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Confusão no final
Os suecos Fredrik Loof e Anders Ekstrom, que vinham como líderes no geral, vacilaram na regata da medalha e chegaram na última posição. Este resultado, combinado com a terceira posição dos brasileiros na prova decisiva, dava a medalha de prata a Scheidt e Prada. Houve um protesto por parte dos suecos, que levantaram a possibilidade de o barco ter chegado na penúltima colocação, mas a reclamação não foi deferida pela organização e eles tiveram que se contentar com o terceiro lugar.
A regata da medalha foi vencida pelos poloneses, com o barco suíço na segunda colocação.
Ao longo das 10 regatas da Star na Olimpíada, Scheidt e Prada foram bastante irregulares. Porém, nas últimas três regatas antes da final eles garantiram três primeiros lugares e chegaram à regata da medalha com chances de pódio nesta quinta-feira. Até então, o velejador acreditava mais na medalha de bronze.
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Sétima medalha do Brasil em Pequim
Essa foi a sétima medalha do Brasil na Olimpíada de Pequim. Até agora, os brasileiros ganharam apenas uma de ouro, com o nadador César Cielo nos 50m livre, que também levou um bronze (100m livre). Todas as demais conquistas foram de bronze, com as velejadoras Fernanda Oliveira e Isabel Swan (classe 470) e os judocas Leandro Guilheiro, Ketleyn Quadros e Tiago Camilo. A prata de Scheidt e Bruno Prada também recoloca a vela como o esporte que mais rendeu medalhas olímpicas ao Brasil na história. São 16 pódios, deixando para trás o judô, que chegou a liderar esse ranking durante Pequim, com 15.
Scheidt conquista quarta medalha olímpica
Esta é a quarta medalha olímpica na carreira de Robert Scheidt: ele foi duas vezes ouro, nos Jogos de Atlanta-1996 e Atenas-2004, e também prata, em Sydney-2000, sempre pela classe Laser. Já Bruno Prada disputou sua primeira olimpíada. Em número de medalhas para o Brasil, Scheidt se iguala ao nadador Gustavo Borges. O maior medalhista do Brasil é o também velejador Torben Grael, que soma dois ouros, uma prata e dois bronzes.
Após os Jogos de Atenas, Scheidt decidiu deixar a Laser, classe pela qual também foi octacampeão mundial. Desde 2005, ao lado de Prada, ele concentra seu esforços na Star – classe de Torben Grael, que deixou a olimpíada pois está se preparando para a regata de volta ao mundo, chamada Volvo Ocean Race, que ocorre a partir de outubro deste ano.
Parceria confirmada para Londres 2012
A parceria entre Robert, de 35 anos, e Prada, de 37 anos, deve continuar nos Jogos de Londres, como afirmou Scheidt antes de Pequim:
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– A dupla não pensa apenas nestes Jogos. Queremos que esta seja uma passagem de um processo que dure muitos anos, incluindo Londres.
Ao lado de Prada, ele conquistou o Mundial em 2007, em Portugal, e o evento-teste dos Jogos de Pequim, na baía de Fushan, em Qingdao – palco da disputa na China.