Nesta quarta-feira, Florianópolis receberá mais uma bicicleta fantasma – termo usado para designar a bicicleta branca pendurada no local onde um ciclista foi morto, vítima de algum acidente de trânsito. Desde de 2008, a cidade já recebeu cinco bicicletas. Na Grande Florianópolis, Biguaçu também já recebeu uma.

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As bicicletas servem, além de homenagem, como protesto para indicar a precariedade do local em que um ciclista foi vítima da violência no trânsito. A irresponsabilidade dos motoristas, inclusive, é a maior inimiga dos ciclistas. Mais, até, do que a falta de ciclovias.

De acordo com o presidente da Viaciclo, Daniel de Araújo Costa, a irresponsabilidade ao volante é um problema ainda mais sério do que a falta de ciclovias. E explica porque este problema é tão grande na cidade:

– Em Florianópolis, quem sai à noite para ir a um bar, show ou casa noturna, vai de carro. Isso, porque a Capital não oferece transporte coletivo de qualidade durante a madrugada. Eu, que só ando de bicicleta, deixo de sair à noite porque não tenho como me descolar.

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Costa ressalta ainda, o excesso de velocidade que, segundo ele, é permitido por lei.

-Temos rodovias rápidas, mas que cortam bairro e áreas com grande fluxo de pedestres. Tem que ser revisto a velocidade máxima nestes pontos – disse.

Para o presidente, ciclovias são importantes, mas sem a educação no trânsito, o problemas não estará resolvido.

– Na Inglaterra, placas de trânsito pedem que os motoristas reduzam a velocidade em trechos utilizados por ciclistas – contou Costa.

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Terceira capital

Florianópolis foi a terceira capital brasileira a homenagear ciclistas mortos nas vias públicas, vítimas de acidentes de trânsito. Nesta quarta, a cidade ganhou a quinta bicicleta fantasma, em homenagem a José Lentz Neto, ciclista que foi atropelado na avenida Madre Benvenuta, no bairro Santa Mônica, na última sexta-feira. Quando Florianópolis recebeu a primeira bicicleta fantasma, em agosto de 2008, apenas São Paulo e Brasília já haviam feito essa homenagem.