Em entrevista coletiva em Porto Alegre, a presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que um ministro de Estado não deve prestar declarações no Congresso sobre atitudes de sua vida privada. Ao responder perguntas sobre o que achava de uma possível convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, Dilma foi direta.
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– O governo não acha nada. Só acha o seguinte: é estranho que um ministro preste satisfações no Congresso sobre a vida privada, da vida pessoal passada dele. Se ele achar que deve ir, ele pode ir. Se ele achar que não deve ir, ele não vai – afirmou.
Em seguida, fez uma ressalva:
– Agora, sobre assuntos do governo, ele é obrigado a ir.
Alvo de suspeita de tráfico de influência por consultorias a empresas com convênios com a Prefeitura de Belo Horizonte, o ministro é o primeiro da cota pessoal da presidente Dilma a sofrer desgaste após a demissão de sete ministros, em menos de um ano de governo.
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Na quinta-feira da semana passada, Dilma enviou sinais de que pretende manter Pimentel no cargo, ao ordenar a ele que resistisse às denúncias das quais é alvo. “Resista! Tem gente que sobrevive. Eu sobrevivi”, teria dito a presidente ao ministro, segundo informações de interlocutores.
Amiga de juventude de Pimentel, a presidente militou com ele no Comando de Libertação Nacional (Colina) e na Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares), durante a ditadura.
Agenda em Porto Alegre
Dilma anunciou nesta terça em Porto Alegre a construção da segunda Ponte do Guaíba, orçada em R$ 900 milhões. Ela ainda entregou retroescavadeiras para municípios do Estado. A presidente permanece na Capital nesta quarta, quando comemora o aniversário de 64 anos na companhia de amigos e familiares.