Em meio a polêmica envolvendo política de capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o presidente da instituição, Luciano Coutinho confirmou nesta terça-feira que o banco negocia ainda para o segundo semestre um novo aporte de recursos com Tesouro Nacional. O objetivo é garantir a manutenção do nível de investimentos nas atividades produtivas do país.
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Coutinho, que veio a Porto Alegre para uma palestra sobre inovação e oportunidades de investimentos com empresários ligados à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), preferiu não comentar o assunto, mas afirmou que está tratando do tema com o governo.
Na terça-feira passada, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que a política de capitalização do BNDES é de médio e longo prazos e é usada para que o Brasil possa crescer.
Um novo aporte do Tesouro ao banco causa controvérsia em um momento em que o Banco distribui mais dividendos (a parcela do lucro da empresa que é distribuída aos acionistas, no caso o Tesouro ).
Na opinião de alguns economistas a medida é uma manobra contábil do governo para melhorar o superávit primário, a economia que o governo deve fazer para pagar os juros da dívida.
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No primeiro semestre do ano, o nível de participação do banco no volume de investimentos chegou a R$ 88,3 bilhões, crescimento de 65% em relação ao mesmo período do ano passado. No Rio Grande do Sul, o desembolso chegou a R$ 8,2 bilhões nos seis primeiros meses do ano, 124% a mais que em 2012.
De acordo com relatório de prestação de contas ao Congresso Nacional sobre o uso dos recursos recebidos do Tesouro Nacional, o BNDES tinha apenas R$ 15 bilhões para fazer frente aos desembolsos deste ano. Em agosto, Coutinho chegou a sinalizar a necessidade de um novo aporte a partir de setembro.