A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (16) a "Operação Ampulla" contra o tráfico internacional do opioide Fentanil. As investigações contaram com o apoio da agência norte-americana de combate a drogas (DEA). O anestésico era traficado do Brasil para os Estados Unidos para ser usado misturado a drogas. Até o final da manhã, duas pessoas haviam sido presas em São Paulo e duas em Santa Catarina. As informações são do G1 SC.

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Cerca de 40 policiais federais cumprem oito mandados de prisão — sendo três temporárias e cinco preventivas — e nove de busca e apreensão nas cidades catarinenses de Florianópolis, São José e Tijucas, além de São Paulo e Itanhaém, no estado paulista.

Conforme as investigações, o anestésico era desviado da Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, ou importado da China. Em Florianópolis, foi identificado um homem que encaminhava a substância para Miami, nos Estados Unidos.

Segundo a Polícia Federal, o opioide é consumido irregularmente misturado a cocaína e heroína. A substância é de 50 a 100 vezes mais forte que a morfina e pode levar a morte.

Envolvidos

A investigação começou com três encomendas apreendidas nos Estados Unidos entre setembro e outubro de 2018. DEA e PF trocaram informações e foi identificado um homem de Santa Catarina responsável pelo envio do medicamento.

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Segundo a PF, o morador do bairro Campeche, em Florianópolis, já está preso nos Estados Unidos, por suspeita de tráfico de Fentanil. Foram rastreadas negociações dele no início deste ano e apreendidas 2.622 ampolas em Balneário Camboriú.

Na Santa Casa de Misericórdia, três são suspeitos de desvio de Fentanil e comercialização na internet. Dois são funcionários e um já foi desligado do hospital.

Outro investigado de São Paulo contava com o apoio de um funcionário de uma empresa de logística para receber as ampolas da China.

A PF pretende fazer o arresto judicial de um imóvel avaliado em mais de R$ 1 milhão, bem como veículos da organização criminosa, nesta operação.

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Diligências

Em São Paulo, a Polícia Federal esteve nesta manhã na Santa Casa, no Hospital Israelita Albert Einstein e em residências na capital paulista e no Litoral.

Em Itanhaém, um ex-técnico de enfermagem foi preso em casa. Outro homem, funcionário de uma empresa privada de logística, foi preso na cidade de São Paulo.

Na Santa Casa, dois suspeitos não foram localizados. No Einstein, outro funcionário é procurado. De acordo com a polícia, uma arma foi apreendida em uma residência.

Duas pessoas também foram presas em Florianópolis nesta manhã.

O outro lado

Em nota, a Santa Casa de São Paulo disse que "foi surpreendida com esta notícia e ainda não temos mais informações, já abrimos uma sindicância interna para apurar os fatos". A unidade hospitalar ainda afirma que vai colaborar com a Polícia Federal.

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