Numa embarcação com as dimensões do iate de 83 pés da Azimut (o estaleiro está montando o primeiro da marca no Brasil em Itajaí), são necessários pelo menos dois tripulantes, que ficam responsáveis pela operação e manutenção do iate. Quando há problemas, o estaleiro de Itajaí faz os serviços de assistência técnica _ mesmo em alto-mar. Giuseppe Donadio, diretor de pós-vendas no Brasil, diz que 60% dos consertos são provocados por mau uso do barco, o que levou a empresa a oferecer qualificação para os tripulantes.
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Os cursos serão ministrados em parceria com o Senai em Itajaí, Santos (SP) e Angra dos Reis (RJ), por enquanto para trabalhadores que já atuam em embarcações da empresa. Os primeiros módulos são para familiarização com os barcos, documentação necessária e conhecimento dos manuais, o que facilita o atendimento da assistência técnica. Na sequência serão abordados conceitos mais avançados sobre o equipamento a bordo.
– Ao desenvolver o tripulante, desenvolve-se também o mercado. Demonstra-se ao cliente que navegar não é um perigo – diz Donadio.
O serviço de assistência funciona semelhante ao de um carro, e é importante que o tripulante saiba, ao menos, explicar por telefone os problemas que possa vir a encontrar _ o que reduz o tempo de atendimento e torna a operação mais segura.
A intenção da empresa é, num futuro próximo, abrir o curso também para tripulantes de embarcações de outras marcas.
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A entrega do primeiro 83 pés brasileira coincide com o aniversário de cinco anos da Azimut no Brasil. O estaleiro mantido em Itajaí desde 2010 é o único fora da Europa e considerado estratégico para a empresa. A ideia é ampliar mercados nas Américas, onde o interesse pelas embarcações de passeio tem aumentado.
A vantagem, para quem compra, é que o iate fabricado aqui custa até 20% menos do que a mesma embarcação construída na Europa, que teria de passar pelo processo de importação. A desvalorização do real também ajuda a impulsionar as exportações, e a empresa está prestes a fazer a primeira entrega de um Azimut brasileiro no Uruguai. Os próximos passos serão a ampliação do mercado em outros países da América Latina, para onde a empresa já importa via Itajaí modelos italianos, e alcançar a América do Norte, especialmente na Flórida, que é um dos maiores mercados de embarcações de lazer no mundo.
No Brasil os principais consumidores estão no eixo Rio-São Paulo e no Sul do país. Sem medo da retração, a empresa quer chegar a 2017 com uma média 50 embarcações entregues ao ano _ um crescimento de 42%.