– Percebi que amo mais do que antes.

A revelação da ex-ginasta e ex-atleta do esqui aéreo, Lais Souza, é uma das muitas que ela compartilhou durante a noite de segunda-feira, quando palestrou sobre “Superação” na abertura da 1ª Semana Acadêmica da Saúde, promovida pela UniSociesc, de Joinville.

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Independente desde o início da carreira na ginástica, Lais se viu em situação completamente oposta desde o acidente que a deixou tetraplégica em janeiro de 2014. A partir daquele momento, segundo Lais, o amor aumentou, principalmente pela mãe, que tem feito tudo o que ela precisa.

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– Eu sempre saía com os amigos, morava sozinha, tinha uma vida bem livre. Hoje, moro com minha mãe e dependo demais dela. Passei a valorizar mais isso e percebi que amo mais do que antes – afirmou.

Nem a rotina de apresentações, com viagens por todo o Brasil, ajuda Lais a se sentir menos dependente. Esbanjando sinceridade, confessou que encontra nas palestras (ou “talk-shows”, como gosta de intitular) uma maneira de manter uma renda fixa

– Não curto falar em público. Vejo mesmo com um trabalho. Esta rotina de viagens até atrapalha um pouco no meu tratamento. Mas, se não trabalho, não tenho dinheiro. E a troca de experiências me dá força para continuar.

Além dos sentimentos e do novo trabalho, Lais passa pouco mais de uma hora falando da sua vida (antes e depois do acidente) e responde a perguntas variadas. A multiplicidade de dúvidas do público é um dos diferenciais das palestras. De acordo com Lais, elas nunca seguem um roteiro pré-estabelecido.

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– Tem perguntas de todos os tipos. Vem muita gente da área da saúde, muitos psicólogos, gente que pergunta da parte sexual. Normalmente são jovens para os quais eu tento passar algum ensinamento.

Lais responde também sobre dúvidas específicas do acidente e garante não se incomodar com o fato de ter de relembrar tudo o que aconteceu há quase quatro anos.

– Não me faz mal. A partir destas perguntas, que conto como superei a morte, a febre, a dor, enfim, todos os momentos de superação que tive – concluiu.

Lais Souza ficou tetraplégica quando treinava para disputar as Olimpíadas de Inverno de 2014. De lá para cá, se submeteu a um tratamento com células-tronco pelo Miami Project to Cure Paralysis (Projeto Miami para curar paralisia) e tem apresentado alguma sensibilidade em partes dos pés e das pernas.

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Apesar de significativa melhora em relação ao seu quadro anterior, essa evolução ainda é discreta e lenta, segundo avaliação da própria ex-ginasta. Em 10 de junho, com a ajuda de um estabilizador cervical, Lais conseguiu ficar de pé pela primeira vez desde o acidente. Neste mês, postou um vídeo no qual estava em pé, com ajuda de aparelhos, e cabeceando uma bola.