O MDB criticou postura da Justiça na prisão do ex-presidente Michel Temer nesta quinta-feira (21). Em nota, o partido avaliou que a decisão foi "açodada" (que significa "acelerada" ou "apressada"). A prisão preventiva ocorreu por determinação do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. No momento da prisão, Temer em São Paulo.

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Veja a nota, publicada pelo site G1:

"O MDB lamenta a postura açodada da Justiça à revelia do andamento de um inquérito em que foi demonstrado que não há irregularidade por parte do ex-presidente da República, Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco. O MDB espera que a Justiça restabeleça as liberdades individuais, a presunção de inocência, o direito ao contraditório e o direito de defesa."

Em relato na Rádio CBN, o jornalista Kennedy Alencar disse que conversou por telefone com Michel Temer logo após a prisão. Segundo ele, o ex-presidente atendeu o telefone celular e confirmou que estava acompanhado de policiais. Temer teria classificado a prisão como "uma barbaridade".

— Telefonei para o ex-presidente Michel Temer, ele disse que estava na companhia de policiais federais. Ele disse que não podia falar muito, mas confirmou que é um mandado de prisão preventiva, assinado pelo juíz Marcelo Bretas, e usou a expressão "é uma barbaridade" — disse o jornalista.

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Além de Temer, o ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, também foi detido. As prisões teriam relação com delação de executivo da empreiteira Engevix, que envolveria propina para campanha eleitoral do ex-presidente.

Michel Temer é o segundo presidente a ser preso após condenação na esfera penal —​ o primeiro foi Luiz Inácio Lula da Silva, em abril de 2018. Durante a República, outros presidentes foram presos apenas por crimes políticos, em meio a crises e golpes. O caso que mais se aproxima do caso de Lula e Temer, que tiveram tramitação na esfera judicial, aconteceu há quase 97 ​anos -​trata-se da prisão de Hermes da Fonseca, que chefiou o Poder Executivo federal entre 1910 e 1914.