A Chapecoense venceu, fez bonito, mas não levou. A vitória por 2 a 1 diante do River Plate na noite desta quarta-feira, na Arena Condá, não reverteu a derrota por 3 a 1 no jogo de ida, em Buenos Aires. Mas quem foi ao estádio não se arrependeu pois viu um dos melhores espetáculos de todos os tempos em Chapecó.
Continua depois da publicidade
Roberto Alves: “Noite injusta para a Chapecoense”
Rodrigo Faraco: “Obrigado, Chapecoense!”
Confira os bastidores pós-jogo de Chapecoense x River Plate
Continua depois da publicidade
Foi uma noite épica. Era o jogo mais aguardado do ano. Pela primeira vez a Chapecoense enfrentava o River Plate, campeão da América, na Arena Condá. Diante de um adversário acostumado a empilhar títulos, o time catarinense não se amedrontou e jogou de igual para igual. A esperança era fazer a melhor campanha catarinense numa Sul-Americana, chegando numa semifinal.
A torcida recepcionou o time já na chegada ao estádio para demonstrar que também acreditava na classificação. Nas arquibancadas, os torcedores assumiram uma postura de alma castelhana, jogaram junto com o time e sufocaram a torcida visitante, conhecida por sua vibração.
Até a Lua parecia ter se levantado para assistir ao jogaço.
No início o River Plate assustou. Pisculichi, que havia feito um gol de falta nos 3 a 1 do Monumental de Núñez, teve nova oportunidade de bola parada. A cobrança foi com perigo, mas para fora.
Continua depois da publicidade
Depois o mesmo Pisculichi tentou de dentro da área, mas errou o alvo. Só que para enfrentar os poderes do time campeão da América o técnico Guto Ferreira tinha uma surpresa.
Principal personagem da vitória sobre o River é a torcida da Chapecoense
Veja como foi o minuto a minuto de Chapecoense x River
Bruno Rangel iniciou a partida no lugar de Túlio de Melo. Era o centésimo jogo dele com a camisa do Verdão. E ele mostrou que merece nota 10 e faz jus ao apelido de Power Rangel.
Aos 20 minutos Dener foi ao fundo e cruzou para a área. O Power Rangel usou seus poderes e, de cabeça, fez um a zero para a Chapecoense.
Continua depois da publicidade
O estádio ferveu. Faltava apenas um gol para a classificação.
Mas o River Plate também tinha seu herói. Sanchez, uma espécie de Capitão América, qua já havia feito dois gols em Buenos Aires, empatou a partida aos 45 minutos do primeiro tempo.
Com isso o time catarinense teria que fazer 3 a 1 para levar aos pênaltis.
Leia mais informações sobre a Chapecoense
Confira a tabela da Série A
No intervalo o presidente do time da casa, Sandro Pallaoro, reclamou falta não dada em arrancada de Ananias.
– É uma vergonha, era lance para expulsão – reclamou.
Mas a Chapecoense mostrou que tem sangue dos guerreiros indígenas.
E um herói em dose dupla. Aos nove minutos Bruno Rangel aproveitou a escorada de cabeça de Thiego e mandou para as redes.
Continua depois da publicidade
Foi o gol 57 do atacante, que precisa mais cinco para se tornar o maior goleador da história do clube.
Na arquibancada a torcida gritava: “Eu acredito”.
A cada bola alçada para a área a torcida queria empurrar a bola para dentro do gol. Mas ela insistia em não entrar.
Tiago Luís chegou a cabecear na trave, aos 44 minutos, para desespero do torcedor. Mesmo com a eliminação, a torcida saiu com orgulho de ser Chapecoense.
Continua depois da publicidade
FICHA TÉCNICA
CHAPECOENSE 2
Danilo, Caramelo (Tiago Luís), William Thiego, Neto e Dener; Gil, Cléber Santana e Nenén (Camilo); Ananias, Maranhão (Túlio de Melo) e Bruno Rangel. Técnico: Guto Ferreira
RIVER PLATE 1
Barovero, Gabriel Mercado, Maidana, Balanta (Mamma) e Casco; Kranevitter, Sanchéz e Ponzio; Pisculichi (Lucho González), Driussi e Rodrigo Mora. Técnico: Marcelo Gallardo.
Gols: Bruno Rangel (C), aos 20 minutos do primeiro tempo e aos nove do segundo. Sanchéz(RP), aos 45 do primeiro tempo.
Continua depois da publicidade
Arbitragem: Julio Bascuñan, Raul Orellana e Claudio Rios (trio do Chile)
Cartões amarelos: Caramelo (C); Ponzio e Balanta (RP)
Local: Arena Condá, em Chapecó
Público: 12.144
Renda: R$ 284.750