Em ato para celebração dos 10 anos dos petistas no governo federal, sigla começa campanha pelo quarto mandato consecutivo
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Era para ser um seminário de celebração dos 10 anos do PT no governo federal mas, na prática, foi o primeiro ato de campanha com vistas a 2014.
Na noite desta quarta-feira, em um palco que contou com a presidente Dilma Rousseff e o antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, recheado de aliados, o ex-presidente tratou de incendiar os correligionários e lançá-la à reeleição.
O mote da manifestação de Lula foi o discurso do senador Aécio Neves (PSDB-MG) que, mais cedo, criticou o PT e chegou a enumerar o que considera 13 fracassos da dupla no Planalto.
– Não vou responder a eles. Só queria dizer que a resposta que o PT deve dar é dizer para eles que eles podem se preparar, que eles podem juntar quem quiserem. Porque se eles têm dúvida, vamos dar como resposta a eles a reeleição da presidente Dilma. Essa é a retaliação na política – afirmou Lula.
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Ainda que sem menções ao mensalão, o ex-presidente não deixou de falar em corrupção. Ele afirmou que o partido não pode temer comparações.
– Não temos medo de comparação, inclusive comparação e debate sobre a corrupção. Todo mundo sabe que tem duas formas de a sujeira aparecer: uma é mostrar, a outra é esconder. Duvido que tenha governo na história desse país que criou mais transparência e mais instrumentos de combate à corrupção do que o nosso governo.
Depois de Lula, Dilma subiu à tribuna. Sob coros já tradicionais da militância, como o “olê, olê, olê, olá… Dilma… Dilma”, a presidente fez um discurso longo em que pontuou o que considera as principais conquistas da década do PT no poder. Sem temor de parecer enfadonha, a presidente encarreirou números favoráveis a sua gestão.
– O nosso governo é um governo que não tem medo dos números, porque os números estão a nosso favor – comentou.
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Além do combate à pobreza extrema – um dos temas mais caros à presidente -, Dilma enalteceu a redução dos custos de energia elétrica.
Uma das ausências no evento foi o governador Tarso Genro. Segundo a assessoria do Piratini, ele não foi ao ato em São Paulo devido à viagem para Montevidéu. Tarso retornou à capital gaúcha ontem à tarde. Outra ausência da noite foi a do governador Eduardo Campos (PSB-PE).
Condenados pelo mensalão marcam presença no evento
Mesmo distantes do palco, petistas condenados pelo mensalão não deixaram de participar da comemoração. Estiveram presentes o ex-ministro José Dirceu e os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP).
Na cartilha distribuída durante evento, o caso também não recebeu destaque. Segundo o ex-ministro Luiz Dulci é legítimo o PT ressaltar os aspectos positivos da gestão:
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– A oposição tem o direito de nos atacar, mas não pode pedir que o governo se ataque. A retomada do crescimento econômico, o combate à pobreza, 28 milhões de pessoas que saíram da miséria, 39 milhões que foram para a classe media, a maior ascensão que o país teve em toda sua história. Isso é que é importante.
O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) chegou ao evento com uma camiseta que estampava a foto do pai, José Dirceu. Disse que o partido é “muito solidário” à dor do pai e mostrou a camiseta que ele afirmou ter recebido da Juventude do PT. Junto à foto de Dirceu, está escrito “inocente”.