Apesar dos protestos da população contra o governo, que levaram ao cancelamento da prova em 2011, o GP do Bahrein está confirmado para este domingo, com largada prevista para as 9h (horário de Brasília) e transmissão ao vivo pela RBS TV, direto do circuito de Sakhir.
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Para os opositores, o rei Hamad Bin Isa Al-Khalifa utiliza a Fórmula-1 para tentar vender uma imagem positiva do minúsculo país do Golfo Pérsico.
– O governo quer nos fazer acreditar que a situação é normal. O Bahrein não está normal. A única coisa normal é a repressão – declarou um dos líderes dos rebeldes ao jornal britânico The Telegraph.
Se a presença do circo da F-1 – devido à forte audiência das imagens da TV em todo o mundo -, ajuda a divulgar o país, também é uma boa oportunidade para dar visibilidade aos protestos. Nesta semana foram presos seis manifestantes na capital Manama. A guarda nacional atua de forma ostensiva para preservar a área do autódromo de Sakhrir, situado no meio do deserto.
No ano passado, após uma temporada sem o GP do Bahrein, os treinos e a corrida foram realizados sem nenhum problema. Para assegurar a normalidade da prova de domingo, o inglês Bernie Ecclestone, chefão da categoria, conversou com líderes rebeldes barenitas e circulou por Manama sem segurança especial.
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Por outro lado, o francês Jean Todt, presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) decidiu não ir ao país do Golfo Pérsico, deixando claro o seu descontentamento com a manutenção da etapa no calendário do Mundial. A situação é semelhante ao ocorrido no Rali Dacar, obrigado a se transferir para a América do Sul por causa das ameaças terroristas no norte da África, especialmente na Mauritânia.
Cola impede invasão de areia na pista
A própria localização do circuito ajuda a preservar a F-1 e sua gigantesca infraestrutura dos conflitos no Bahrein. Para o projeto e a construção do autódromo, foi chamado o arquiteto alemão Hermann Tilke, pai de todas as novas pistas, surgidas a partir de Sepang, na Malásia, em 1999 (Sakhir foi o segundo, em 2004, mesmo ano de Xangai, na China).
Depois dos grandes desafios enfrentados pelas complexidades do deserto, Tilke se viu embretado com outro problema: as tempestades de areia. A solução encontrada pelo arquiteto foi o uso de uma cola especial em todo o diâmetro vizinho ao autódromo, para que a areia não fosse parar no asfalto e tornasse a prova inviável.