Em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14), Alexandre Silveira, o ministro de Minas e Energia, afirmou que a Enel tem três dias para restabelecer a energia na Grande São Paulo. Além disso, ele informou que as distribuidoras de energia serão penalizadas caso não adotem medidas que minimizem os efeitos dos eventos climáticos extremos no fornecimento de energia.
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Ainda na coletiva, ministro voltou a tecer críticas ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), o chamando de propagador de fake news. Ele afirmou que mais de 50% dos episódios de queda de energia foram consequência de queda de árvores em sistemas de “média e baixa tensão”.
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— Nos indigna muito as pessoas que usam a rede social para fazer fake news. Ricardo Nunes aprendeu rápido com o Pablo Marçal, campeão das fake news, quando fez uma fake news dizendo que nós não tratamos da renovação com a Enel. A Enel vence o contrato em 2028 e tem ainda até 2026 para se manifestar sobre a renovação. Mais de 50% dos eventos foram causados por árvore caindo em cima do sistema de alta e baixa tensão em São Paulo — afirmou Silveira, destacando que a poda de árvores compete ao poder municipal.
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O ministro disse que o Ministério de Minas e Energia está dialogando com o governo federal a fim de encontrar uma maneira de passar a função da poda das árvores para as empresas de energia, caso haja omissão dos municípios.
— Hoje, os eventos climáticos severos são expurgados da avaliação contratual e no decreto de distribuição que o presidente Lula assinou e que o ministério elaborou depois de um ano de debate com a população, um ano de debate com o setor, eventos como esse não poderão mais ser expurgados da avaliação das distribuidoras. Ou seja, as distribuidoras passarão a ser penalizadas caso elas não tenham uma previsão ou planejamento para evitar esse tipo de evento — comunicou Silveira.
O ministro também fez críticas a Enel, principalmente acerca da falta de previsão de restabelecimento da energia. Foi neste momento que ele deu o prazo de três dias para que a empresa resolva a maior parte do problema em São Paulo. O titular da pasta disse, também, que faltou planejamento para empresa, e a reação ao problema “beirou a burrice”.
— Quando a Enel disse que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, um grave erro de seu compromisso contratual com a sociedade de São Paulo de dar uma previsão objetiva, disse pra ela que ela tem os próximos três dias pra resolver os problemas de maior volume. Nos próximos três dias ela tem que restabelecer a parte mais substancial da energia do povo de São Paulo — continuou o ministro.
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A coletiva aconteceu depois de uma reunião do ministro com representantes das concessionárias na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Protestos fecharam vias paulistas nesta segunda-feira
O apagão de três dias na Grande São Paulo resultou em protestos por parte dos moradores nesta segunda-feira (14), para chamar atenção para a falta de energia. No Campo Limpo, que fica na zona sul da capital, os moradores que estão há mais de 70 horas sem luz manifestaram na rua Domingos de Góes ateando fogo em madeiras e fechando a via.
Ainda na zona sul, residentes do Valo Velho realizaram uma passeata, que pedia o restabelecimento da energia elétrica. Na Lapa, que fica na zona oeste, vizinhos se deslocaram e se reuniram na rua Tomé de Souza.
A Polícia Militar foi, inclusive, acionada para conter outros manifestantes em São Bernardo do Campo (ABC), na avenida Caminho do Mar. O grupo de pessoas bloqueava a via enquanto protestava contra a falta de energia.
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Em Diadema, a PM também foi chamada para liberação da via por protestos.
O apagão teve início na sexta-feira (11), após um forte temporal que atingiu o Estado no último final de semana. Três dias depois, mais de 537 mil imóveis permanecem sem luz, conforme um balanço divulgado pela Enel, a concessionária responsável pela distribuição em 24 municípios da Grande São Paulo.
Veja os estragos causados pela chuva
Ainda segundo a empresa, o fornecimento de luz foi normalizado para 1,5 milhão de clientes, e as equipes em campo receberam ajuda do Rio de Janeiro e do Ceará.
A Enel também se comprometeu, com o governo, em contratar mais 700 eletricistas, indo de 1.800 profissionais para 2.500. A força-tarefa terá profissionais das empresas CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energiza.
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O apagão afeta também municípios como Cotia (36,9 mil), Taboão da Serra (32,7 mil) e São Bernardo do Campo (28,1 mil).
O funcionamento de estações elevatórias e boosters, equipamentos que transportam a água para locais mais altos, estão sendo afetados pelos problemas no fornecimento de energia.
Os consumidores e empreendedores que foram prejudicados com o apagão em bairros da cidade de São Paulo poderão receber indenização, se conseguirem provar que houve prejuízo devido à queda de energia.
Caso haja algum aparelho danificado, especialistas em direito do consumidor dizem que a reclamação deverá ser encaminhada diretamente para a companhia de energia elétrica que é responsável pelo abastecimento na região. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o prazo é de 90 dias para que seja dada uma resposta ao cliente.
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*Com informações de O Globo e Folha de S. Paulo
**Sob supervisão de Andréa da Luz
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