A cada dois anos, em média, o mês de julho registra níveis de chuva abaixo do esperado em Santa Catarina. Desde 2001, em pelo menos 10 anos o índice não chegou ao patamar de 90 a 110 milímetros, quantidade considerada ideal. Em 2019, choveu 55 milímetros, conforme dados da Central NSC de Meteorologia. É o terceiro período mais seco desde 2009.
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— Em pelo menos 14 dos últimos 19 anos o índice de chuva foi normal ou menor que o volume desejável. Desde 2001, a anormalidade tem sido chover acima do ideal — explica o meteorologista Leandro Puchalski.
Entre 2001 e 2008, em sete dos oitos anos foi registrada chuva abaixo do ideal no mês de julho. De 2009 a 2019, a condição foi oposta. Apenas três anos ficaram com os índices abaixo da média: 2014 (37 mm), 2017 (4 mm) e 2019 (55 mm).
Previsão de chuva
Em 2019, as frentes frias — sistemas relacionados à chuva — não têm conseguido chegar com força a Santa Catarina. Apesar de uma passagem pelo Estado nesta terça-feira, que provocou temporal durante a madrugada em algumas regiões, o sistema não teve força suficiente para resultar em volumes consideráveis de chuva. Entretanto, essa condição pode mudar já no início da próxima semana.
Conforme a previsão do tempo, a expectativa é de chuva entre a noite de domingo (18) e a manhã de terça-feira (20) na Grande Florianópolis e na região Sul do Estado.
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— Se a intensidade prevista for mantida, os volumes devem ser suficientes para dar uma amenizada — afirmou o meteorologista, referindo-se aos impactos da estiagem.
Impacto no fornecimento de energia
A falta de chuva tem impactado na distribuição de água e também na conta de energia elétrica em Santa Catarina. Desde julho, os moradores da Grande Florianópolis têm sentido intermitências no abastecimento.
Para a engenheira e presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental de Santa Catarina, Fernanda Vanhoni, este problema vai além da estiagem.
— O aumento de reservação eu entendo como importante, o investimento em reserva para períodos de estiagem — afirmou em entrevista à CBN Diário.
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Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (13) na Capital, a Casan explicou que conhece as previsões para esta época do ano e leva em conta em seu planejamento de que se trata de um período de pouca chuva.
No entanto, os engenheiros responsáveis explicaram que entre junho e agosto de 2019 choveu 55% menos do que o previsto pela companhia — sendo que a estimativa já era baixa.
A companhia explicou que nos próximos 15 dias fará a instalação de três bombas no Rio Cubatão, o que deve melhorar a vazão de litros de água por segundo. A companhia também prevê para junho de 2020 o início da operação de uma nova adutora no Rio Cubatão.
Já em relação ao fornecimento de energia elétrica, o impacto será sentido em setembro no bolso dos catarinenses. Com a falta de chuva, as hidrelétricas estão com capacidade de produção reduzida, sendo acionadas as usinas termelétricas, que custam de duas a três vezes mais para produzir energia. Por isso, no mês de agosto passou a valer bandeira vermelha 1, com custo adicional de R$ 4 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
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