Apenas oito dias após um adolescente de 16 anos confessar a morte do próprio pai, de 39, com uma pedrada na cabeça por motivos fúteis, outro assassinato em família foi descoberto pela Polícia Civil em Lages, na Serra Catarinense, por uma causa banal.
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Desta vez, a solução do caso foi mais demorada e complexa, uma vez que o crime ocorreu há quase um mês. Era início da tarde de 22 de novembro quando o comerciante Antonio Paim, de 71 anos, dono de uma lanchonete no Centro da cidade, foi encontrado morto em sua casa, também no Centro, com 16 facadas.
Num primeiro momento, cogitou-se suicídio, uma vez que Antonio estava doente, mas a quantidade de golpes no pescoço e no tórax e os ferimentos nas mãos, caracterizando que ele tentou se defender das agressões, levaram a polícia a descartar a hipótese de suicídio e considerar um assassinato.
Foram ouvidas 15 pessoas entre vizinhos e familiares, mas segundo o delegado Márcio Schütz, da Divisão de Investigação Criminal (DIC), os depoimentos apresentavam muitas contradições, o que dificultava chegar ao verdadeiro assassino. Até que, com o auxílio de imagens de câmeras de monitoramento da rua onde ocorreu o crime, a DIC chegou à conclusão de que o filho da vítima, Paulo Henrique Paim, de 33 anos, era o culpado.
Segundo o delegado, a família tinha uma relação bastante conturbada, com brigas e ameaças, e Paulo, que trabalhava com o pai na lanchonete, teria dito em seu depoimento que decidiu praticar o crime depois de ter sido convidado por Antonio a pôr em prática um plano de assassinar a mulher, de quem estava separado havia 20 anos, a filha e o neto, deixando somente para Paulo todos os seus bens.
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– O ambiente entre eles nunca foi muito bom, e a família vivia de brigas. Diz o Paulo que o pai dele tinha um plano para matar toda a família, e como o Paulo sempre teve problemas com álcool e drogas, acabou cometendo o crime -, diz o delegado.
A faca utilizada no assassinato não foi encontrada. Paulo foi preso na manhã desta quinta-feira, enquanto saía de casa. Segundo o delegado, o suspeito confessou o crime aos policiais da DIC. Ele foi levado ao Presídio Regional de Lages, onde ficará à disposição da Justiça.