Luis Fabiano sabia que haveria provocação. Embarcou para Buenos Aires se dizendo tranquilo e preparado para enfrentar os zagueiros argentinos. Mas não foi bem isso que ocorreu no empate sem gols entre Tigre e São Paulo, na Bombonera, no primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana.

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Após uma confusão entre atletas das duas equipes, o nervoso camisa 9 são-paulino deu um chute em um defensor adversário e, de forma extremamente infantil, deixou o gramado expulso, prejudicando o tricolor paulista, que fazia um bom princípio de partida. A definição do campeão do torneio continental fica para a próxima quarta-feira, no Morumbi.

Bom início, mas jogado no lixo

O São Paulo começou a partida bem e criando oportunidades, com a maioria das jogadas passando pelos pés de Jadson. Logo a um minuto de jogo, Lucas e Luis Fabiano tabelaram, e o camisa 7 finalizou. Porém, o chute saiu fraco, nas mãos de Albil.

Três minutos depois, nova chance. Jadson recebeu do lado direito do gramado e, com um belo passe, serviu o Fabuloso, que bateu fraco, em cima do goleiro. E esta seria a última participação de Luis Fabiano na partida.

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Nervoso, o centroavante se envolveu em uma confusão após uma falta de Lucas em Orban, no lado esquerdo do campo. Jogadores do Tigre e do São Paulo se juntaram na intermediária e começaram a discutir. Justamente quando o árbitro paraguaio Antonio Arias chegou para separar os atletas, o camisa 9 são-paulino acertou um chute no zagueiro Donatti, que caiu no gramado.

Ao ver a agressão, que ocorreu bem à sua frente, Arias chamou Luis Fabiano e o expulsou, junto do defensor argentino, que também participou da confusão. Ney Franco, sem atacantes de ofício no banco – cortou Willian José e Ademilson -, não mexeu na formação do time.

Assim, o tricolor paulista perdeu sua referência na frente, dificultando as ações ofensivas da equipe, que, até então, fazia um bom jogo na Bombonera. Lucas e Osvaldo, abertos pelos flancos, bem que tentaram centralizar algumas jogadas para tentar chegar ao gol de Albil, mas sem efeito.

Na volta para a etapa complementar, o São Paulo retornou sem alterações. E o bom início de partida no primeiro tempo, desta vez, não foi repetido e, inclusive, mudou de lado. Com uma leve pressão, os argentinos tentaram chegar ao gol em seu ponto forte: pelo alto. Contudo, ligada, a zaga são-paulina não deu brechas e afastou o perigo.

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Aos 16 minutos, Ney Franco colocou Cícero em campo para a equipe voltar a ter um (falso) centroavante, a referência na frente. No entato, o comandante são-paulino sacou Jadson, que fazia uma boa partida.

Assim, sem seu articulador de jogadas, o time paulista ficou com um buraco entre a linha dos dois volantes e o trio de ataque. Lucas e Osvaldo, cansados em razão da perda de um atleta, tinham de voltar ainda mais para buscar as jogadas e, sem força, não conseguiam chegar pelas pontas com a intensidade habitual.

Na luta pela vitória em casa, o Tigre seguiu insistindo – sem sucesso – na bola alçada na área, buscando especialmente os cabeceios de Maggiolo, seu centroavante, e do zagueiro grandalhão Echeverría.

Na próxima quarta-feira, as duas equipes disputam o jogo decisivo da Sul-Americana, no Morumbi. Qualquer empate leva a partida para a prorrogação e, se persistir a igualdade no placar, disputa de pênaltis para definir o grande campeão.

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FICHA TÉCNICA

Estádio: La Bombonera, em Buenos Aires (ARG)

Árbitro: Antonio Arias (PAR)

Assistentes: Rodney Aquino (PAR) e Dario Gaona (PAR)

Cartões amarelos: Rafael Toloi, Rhodolfo e Denilson (SAO); Botta e Paparatto (TIG)

Cartões vermelhos: Luis Fabiano (SAO) e Donatti (TIG)

TIGRE (ARG): Albil; Paparatto, Etcheverría, Donatti, Orban; Galmarini, Ferreira, Díaz, Leone, Botta (Torassa 42’/2T) e Maggiolo (Ftacla 33’/2T) . Técnico: Néstor Raúl Gorosito.

SÃO PAULO: Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Toloi, Rhodolfo, Cortez, Wellington, Denilson, Jadson (Cícero 16’/2T), Lucas, Osvaldo, Luis Fabiano. Técnico: Ney Franco.